A Comissão Política da Renamo está a investigar as razões que levaram à destituição do delegado político provincial de Sofala, Horácio Calavete, ocorrida há uma semana. A decisão foi tomada por membros do partido que alegaram arrogância e gestão danosa do delegado.
Hermínio Morais, que está à frente da comissão responsável pela apuração do caso, não forneceu detalhes sobre a situação, afirmando que se trata de um problema interno que será resolvido internamente.
Calavete foi destituído no dia 14 deste mês, com os membros da Renamo a darem um prazo de três dias para o mesmo entregar a viatura do partido e, em 30 dias, dois imóveis que estão sob sua posse.
Dois dias após a destituição, o Secretariado-geral da Renamo emitiu um comunicado a nível nacional, apelando à calma entre os membros do partido até à divulgação dos resultados eleitorais.
No entanto, a confusão parece estar relacionada com o desempenho insatisfatório da Renamo nas últimas eleições, o que foi prontamente negado pelos responsáveis pela destituição.
Apesar do apelo à serenidade, a situação não foi acatada em Sofala, onde Calavete permanece sem acesso ao seu gabinete, gerindo os seus trabalhos apenas por via telefónica.
Em resposta à situação, a direcção máxima da Renamo enviou Hermínio Morais para a cidade da Beira, com o objectivo de encontrar uma solução para o impasse. Durante a sua visita, Morais anunciou que se reunirá com quadros provinciais e nacionais para entender melhor o problema antes de se pronunciar à imprensa. “O mais importante, neste momento, é evitar conflitos internos”, garantiu.
Segundo os estatutos da Renamo, os delegados políticos provinciais são nomeados e exonerados pelo presidente do partido, Ossufo Momade, o que implica que a destituição por parte dos membros não é permitida. Os problemas devem ser apresentados à direcção do partido com provas, e cabe ao presidente decidir sobre as acções a serem tomadas.
A Renamo anunciou que, na terça-feira, divulgará os resultados das reuniões sobre este assunto, na esperança de resolver a situação que tem gerado divisão entre os seus membros em Sofala. A comunidade política e os apoiantes do partido aguardam com expectativa uma resolução que possa restaurar a harmonia interna e a confiança na liderança do partido.
