Kais Saied foi reeleito Presidente da Tunísia com uma esmagadora maioria de 90,7% dos votos, nas eleições presidenciais que tiveram lugar no passado domingo.
No entanto, menos de um terço dos tunisinos participaram no escrutínio, com a Autoridade Eleitoral Independente Tunisina (ISIE) a reportar uma taxa de participação de apenas 28,8%.
Esta é a taxa mais baixa de participação desde que a Tunísia adotou a democracia em 2011, ano em que se realizou a primeira eleição presidencial após a revolução.
Além de Kais Saied, outros dois candidatos concorreram ao cargo. Ayachi Zammel obteve 7,35% dos votos, enquanto Zuhair Maghzausi, líder do Movimento Popular (Echaab), alcançou apenas 1,97%. Maghzausi assumiu a liderança do seu partido em 2013, após o assassinato do anterior líder, Mohamed Brahmi, uma figura influente da esquerda tunisina.
Ayachi Zammel, por sua vez, é o líder do partido liberal Azimun e esteve detido durante toda a campanha eleitoral.
Nos últimos cinco anos, a Tunísia, muitas vezes apontada como um exemplo raro de sucesso democrático após a “Primavera Árabe” de 2011, enfrentou um retrocesso significativo nos direitos e liberdades.
Este declínio tem sido amplamente atribuído à governação de Kais Saied, com vários críticos a compararem o seu mandato ao do antigo Presidente Zine el Abidine Ben Ali, que liderou o país entre 1987 e 2011, até ser derrubado pela revolução que instaurou a democracia no país.