Recentemente, os residentes da unidade comunal de Nahene-1, localizada no bairro de Mutava-Rex, no posto administrativo de Namicopo, Nampula, forçaram o encerramento da mesquita Ab Bun Umair, associada à seita islâmica salafiyyah.
Esta ação foi motivada por suspeitas de que a mesquita estaria envolvida em actividades terroristas.
Segundo as autoridades, a Polícia de Moçambique está a conduzir uma investigação sobre as acusações feitas pelos moradores. Ao mesmo tempo, o Conselho Islâmico de Moçambique (CISLAMO) condenou a associação entre o terrorismo e o Islão, esclarecendo que a mesquita em questão não é afiliada à sua organização.
Os receios dos residentes de Nahene-1 intensificaram-se após uma série de incidentes violentos na área. Há cerca de dois meses, uma casa pertencente a uma família de quatro membros foi incendiada por indivíduos desconhecidos.
As vítimas, com ferimentos graves, foram levadas de urgência ao Hospital Central de Nampula, mas infelizmente acabaram por falecer na unidade de cuidados intensivos.
Menos de um mês depois, outro incêndio devastou uma residência na mesma área. Felizmente, desta vez, os proprietários conseguiram escapar graças à intervenção rápida dos vizinhos. Ambos os incidentes foram classificados como fogo posto, o que aumentou as suspeitas de que poderiam estar ligados a actividades terroristas.
Face a esta situação alarmante, os moradores de Nahene-1 começaram a suspeitar da mesquita Ab Bun Umair, que funcionava também como madrassa. O casal proprietário da mesquita, temendo pela sua segurança, decidiu encerrar as instalações e abandonar a zona, dada a crescente tensão entre a população local.
Em resposta à situação, o sheikh Abdul Magid, representante do Conselho Islâmico de Moçambique em Nampula, manifestou a sua preocupação e distanciou-se das suspeitas que recaem sobre a mesquita.
Magid garantiu que as investigações estão em curso, mas reiterou que a mesquita Ab Bun Umair não faz parte do Conselho Islâmico de Moçambique.
Por outro lado, o chefe de Relações Públicas do Comando Provincial, Dércio Samuel, também expressou a preocupação da polícia relativamente às informações que circulam na comunidade. Samuel confirmou que as autoridades estão a investigar o caso em colaboração com várias instituições religiosas e com o Conselho Islâmico, para apurar a veracidade das alegações.
As autoridades governamentais em Nampula têm apelado insistentemente à população para intensificar a vigilância e denuncie qualquer actividade suspeita, como parte das medidas preventivas contra o terrorismo na região.