A Rede dos Defensores dos Direitos Humanos anunciou que irá avançar com um processo criminal contra o director da Escola Secundária de Anchilo, Adolfo Raimundo, por agressão a um estudante.
De acordo com Gamito dos Santos, coordenador da organização, a queixa já foi formalmente apresentada à Procuradoria Distrital de Nampula e o caso encontra-se a seguir os trâmites legais necessários.
Uma equipa da rede deslocou-se à escola para investigar o incidente e verificar a veracidade dos factos. Após análise do regulamento interno da instituição, não encontraram qualquer cláusula que permita o uso da violência física como método de repreensão disciplinar.
Além do processo criminal, a Rede dos Defensores dos Direitos Humanos pretende submeter uma queixa à entidade responsável pela gestão da escola, com o objectivo de responsabilizar administrativamente o director, o que poderá resultar em sanções ou até na sua destituição.
Gamito dos Santos sublinhou que, embora o director tenha demonstrado arrependimento, a organização está determinada a garantir que a lei seja cumprida, destacando que ninguém deve ser sujeito a tortura ou a qualquer acto que ponha em causa a sua integridade física ou psicológica.
A Rede também assegurou que irá prestar apoio ao estudante agredido, acompanhando-o ao longo do ano lectivo para garantir que este não sofra quaisquer represálias ou constrangimentos que possam comprometer o seu desempenho escolar.
O incidente ocorreu quando o director esbofeteou um aluno da 8.ª classe, aparentemente por este estar a ouvir música no telemóvel dentro da sala de aula, na ausência do professor. A agressão foi gravada por outros estudantes e o vídeo circulou amplamente nas redes sociais, gerando revolta entre a comunidade escolar.
Vários alunos afirmaram que o director recorre frequentemente a este tipo de castigos físicos, e muitos expressaram o desejo de que seja removido do cargo, uma vez que consideram os seus métodos de disciplina abusivos.
Por outro lado, Adolfo Raimundo admitiu ter agredido o aluno, mas justificou o seu comportamento alegando que foi em legítima defesa, afirmando que o estudante foi o primeiro a atacá-lo, alegação que foi prontamente negada pelas testemunhas presentes.
As autoridades escolares já iniciaram uma investigação ao caso e prometeram divulgar os resultados à imprensa assim que a apuração dos factos estiver concluída.