A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), o principal partido da oposição, e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido do país, manifestaram duras críticas à presidência de Filipe Nyusi, considerando-a uma “governação desastrosa” que mergulhou Moçambique na “maior crise social” da sua história.
Arnaldo Chalaua, porta-voz da bancada parlamentar da Renamo, afirmou que Nyusi “deixará o cargo pela porta dos fundos”, lamentando que a sua governação não tenha correspondido às expectativas do povo moçambicano.
“Era desejável que o Presidente saísse pela porta grande, mas, devido à sua má governação, é forçado a sair pela porta pequena”, declarou Chalaua, logo após a apresentação da informação anual do Presidente da República sobre a Situação Geral da Nação, que decorreu na Assembleia da República em Maputo e durou mais de três horas e meia.
O porta-voz da Renamo acusou o governo de Nyusi de não conseguir combater a fome, a desnutrição crónica, a criminalidade, nomeadamente os raptos, e a corrupção. Além disso, Chalaua destacou o insustentável aumento do endividamento interno e externo durante os dois mandatos de Nyusi, bem como a deterioração dos serviços sociais básicos, como a saúde e a educação. “Isto revela a total incapacidade do governo em garantir o bem-estar da população. Não se pode falar em progresso quando faltam medicamentos nos hospitais”, sublinhou.
Por sua vez, Fernando Bismarque, porta-voz da bancada do MDM, partilhou da mesma opinião, considerando que o actual chefe de Estado está prestes a deixar o país numa situação de “grave crise social”.
Bismarque referiu-se às sucessivas greves e ameaças de paralisação laboral em sectores fundamentais como a saúde, educação e justiça, criticando a incapacidade do governo em conter a onda de raptos que tem atormentado as principais cidades do país. “O Presidente, mais uma vez, descreveu um país imaginário. Moçambique vive a maior crise social de sempre, que pode explodir a qualquer momento”, alertou Bismarque.
Estas declarações refletem o crescente descontentamento da oposição com a governação de Filipe Nyusi, à medida que o país enfrenta desafios sociais e económicos sem precedentes.
