Nicolás Maduro manifestou-se contra a sugestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acerca da realização de novas eleições na Venezuela, afirmando que a comunidade internacional deve respeitar a soberania do país. Esta declaração foi feita na quinta-feira (15), durante uma conferência com jornalistas.
O líder venezuelano foi questionado sobre os comentários recentes do presidente brasileiro e respondeu de forma assertiva, afirmando que os desafios enfrentados pela Venezuela, sejam de que natureza forem, devem ser resolvidos exclusivamente pelos venezuelanos, utilizando as suas instituições, leis e Constituição.
Maduro foi mais longe e recordou as alegações de fraude feitas por Jair Bolsonaro (PL) após a derrota nas últimas eleições presidenciais no Brasil. Segundo Maduro, a postura da oposição venezuelana, liderada por María Corina Machado, é comparável à de Bolsonaro.
“No Brasil, o presidente Bolsonaro, de extrema-direita, aliado da extrema-direita fascista da Venezuela, também alegou fraude e recusou-se a aceitar a derrota”, afirmou Maduro.
Ao relembrar este episódio, o presidente venezuelano apelou à comunidade internacional para permitir que as instituições venezuelanas decidam sobre as eleições realizadas no dia 28 de Julho, tal como aconteceu no Brasil. “Foi o tribunal brasileiro que decidiu, e ninguém na Venezuela, nem o nosso governo, nem creio que em qualquer parte do mundo, solicitou algo a respeito. Mas o tribunal decidiu. Palavra sagrada do tribunal do Brasil. É um assunto brasileiro”, disse ele.
A proposta de Lula, que mencionou pela primeira vez a possibilidade de uma nova eleição na Venezuela no dia 8 de Agosto, recebeu o apoio do presidente da Colômbia, Gustavo Petro. No entanto, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, rejeitou a ideia e decidiu retirar-se das negociações com Petro e Lula.