A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) anunciou a intenção de processar Israel caso seu exército cause a morte ou ataque repórteres em Gaza, condenando a perda de quase 10% dos profissionais na região desde o início do conflito.
Em uma carta enviada ao primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e ao ministro da Defesa Yoav Gallant, a FIJ afirmou que levará políticos israelitas e comandantes do exército aos tribunais internacionais.
A organização, citada pela agência Efe, exigiu que as autoridades israelitas respeitassem a decisão do Tribunal Internacional de Justiça da ONU (TIJ), que na sexta-feira impôs medidas aos militares israelitas, ordenando que não violassem a Convenção sobre o Genocídio em Gaza, incluindo a não morte de civis palestinianos.
O TIJ enfatizou que os jornalistas devem ser tratados como civis e instou as autoridades israelitas a divulgarem procedimentos específicos para evitar suas mortes na Faixa de Gaza.
Os ataques israelitas durante a guerra contra o Hamas resultaram no maior número de profissionais da área mortos: pelo menos 113 jornalistas e trabalhadores da mídia perderam a vida, conforme relatado pelo Sindicato dos Jornalistas Palestinianos, afiliado à FIJ.
A FIJ expressou incredulidade quanto à morte de tantos profissionais, considerando que, segundo alguns relatórios, o exército israelita possui sistemas “altamente sofisticados e artificialmente aperfeiçoados em termos de informação” para a seleção de alvos em ataques militares.
Na carta enviada ao governo israelita, a FIJ questionou se estão sendo tomadas decisões individuais em relação aos trabalhadores da mídia, suas famílias e suas casas, considerando a taxa de mortalidade cerca de três vezes superior à dos profissionais de saúde.
A FIJ, a principal confederação mundial de sindicatos e associações de jornalistas, representa mais de 600.000 jornalistas em 140 países, incluindo membros do Sindicato dos Jornalistas Palestinianos.