O Ministério Público da Coreia do Sul pediu a detenção de Lee Jae-myung, líder do Partido Democrático (PD), principal bloco da oposição, acusado de fraude e suborno, entre outras acusações.
Assim, o pedido surgiu pouco depois de Lee, de 58 anos, dar entrada num hospital devido à deterioração do estado de saúde, na sequência de uma greve de fome que mantém há 19 dias, em protesto contra as políticas do Governo conservador do Presidente, Yoon Suk-yeol, que, alega o também deputado, violam a Constituição.
O político é acusado de ser responsável por a autarquia de Seongnam, uma cidade dormitório nos arredores de Seul, ter perdido cerca de 20 mil milhões de won (cerca de 14 milhões de euros) entre 2014 e 2015, depois desta cancelar abruptamente um plano de construção de habitações sociais e permitir que um promotor assumisse o empreendimento.
Os procuradores disseram acreditar também que, entre 2019 e 2020, Lee pediu a uma empresa que transferisse cerca de oito milhões de dólares (7,5 milhões de euros) para as autoridades norte-coreanas – algo que sem autorização prévia é crime na Coreia do Sul – para facilitar a visita do político ao Estado vizinho, com o qual o país ainda está tecnicamente em guerra.
Na altura, Lee era governador de Gyeonggi, a província que rodeia Seul – a mais populosa do país (mais de 13 milhões de habitantes) -, e era candidato às eleições presidenciais de 2022, defendendo o diálogo e a aproximação entre as duas Coreias.
Uma vez que se trata de um deputado, qualquer tribunal só pode deliberar sobre o pedido de detenção do procurador depois de este ser aprovado pelo parlamento.
Em fevereiro deste ano, a Assembleia Nacional já realizou uma votação em que acabou por decidir, por um único voto, não levantar a imunidade de Lee, acusado pelo Ministério Público de estar ligado a dois outros escândalos de corrupção.
No entanto, Lee disse estar inocente e argumentou que a investigação do Ministério Público tem motivações políticas e é orquestrada a partir do gabinete do Presidente, uma vez que Yoon foi procurador-geral do Estado pouco antes de chegar ao poder.