No comunicado, as entidades federativas marroquinas recorrem do facto de terem sido impedidas de organizar um voo directo entre Rabat e Constantine para transportar a sua selecção, devido ao encerramento do espaço aéreo entre os dois países pronunciado em Setembro de 2021 pela Argélia.
O grande problema consiste no facto de, nem o país dos Fennecs, nem a Confederação Africana de Futebol (CAF), terem respondido ou se pronunciado a respeito desta questão até ao momento.
“A selecção marroquina de futebol está impossibilitada de se deslocar a Constantine (Argélia) para disputar a 7ª edição do Campeonato Africano das Nações de Futebol (…)
A deslocação da selecção marroquina de futebol, de Rabat a Constantine não foi confirmada. Na sequência do seu pedido de autorização para um voo RAM de Rabat para Constantine, a FRMF foi informada a 22 de Dezembro de 2022 pela Confederação Africana de Futebol (CAF), enquanto entidade responsável pela organização do CHAN 2022, que uma autorização em princípio foi obtida”, diz o comunicado.
Acrescenta o documento que “Enquanto a mudança da selecção marroquina de Rabat para Constantine é organizada pela FRMF e o arranque do CHAN 2022 está agendado para 13 de Janeiro de 2023, ou seja, dentro de 24 horas, a FRMF regista com pesar que, a obtenção da autorização final para o voo RAM de Rabat para Constantine infelizmente ainda não foi confirmado pela CAF”.
Entretanto, depois de vários dias de silêncio, a FRMF autorizou na última terça-feira os jogadores convocados para o CHAN a regressarem aos respectivos clubes, dando a entender que de facto a desistência seria uma realidade, tal como vinha ameaçando desde o passado dia 27 de Dezembro.
Não obstante isso parecer muito sério, ao longo dos pronunciamentos que a RFMF vinha fazendo, em nenhum deles utilizou termos como "cadência" ou "boicote", o que deixa a impressão de haver ainda esperança dos Leões do Atlas retrocederem na sua posição, e que este comunicado de imprensa represente uma pressão final para empurrar a CAF à reacção.
É de salientar que, a desistência à última hora deste participante, por sinal bicampeão, mancha e contribui para tornar o CHAN, uma competição descrita como de segunda zona, tornando-a ainda menos atraente.
Presume-se no entanto que este assunto tenha merecido destaque na série das reuniões- chave da CAF desta quinta-feira, até porque Fouzi Lekjaa, presidente da FRMF, é um dos membros mais influentes do órgão pan-africano.