Argentina e Croácia protagonizam esta noite, a partir das 21h00, no Estádio Lusail Iconi, a primeira meia-final do Mundial do Qatar, jogo que vai apurar o primeiro finalista da competição e que pode ser um europeu ou sul-americano.
Os argentinos embalados com o triunfo diante dos Países Baixos, na marcação de penáltis, após o empate a duas bolas no tempo regulamentar, são apontados como favoritos, não apenas pela qualidade do seu plantel, mas acima de tudo pelo seu histórico na competição. Antevê-se uma partida comandada por Lionel Messi e companheiros.
Do lado oposto, teremos uma Croácia em busca da segunda final consecutiva e de certeza que não querem perder a oportunidade de erguer pela primeira vez o troféu, mas para concretizarem o sonho, terão de passar hoje pela Argentina.
Todavia, as duas selecções estão comprometidas com o sector ofensivo, tendo em atenção o objectivo de qualquer uma delas de estar presente na grande final do Campeonato do Mundo. Os jogos ganham-se com golos e isso só acontece com uma linha ofensiva eficaz.
A Argentina nesta competição marcou dois ou mais tentos no final do tempo regulamentar, o que demonstra a apetência dos sul-americanos em jogarem sempre com o sentido para a baliza contrária, tirando proveito das qualidades dos seus atacantes.
A Croácia, apesar de não ser uma equipa com um forte pendor atacante, pauta por um futebol inteligente e aproveita sempre o contra golpe para surpreender o adversário. Marca poucos golos, mas o suficiente para afastarem os adversários e seguirem em frente rumo aos objectivos.
O facto de jogarem sem pressão torna os croatas ainda mais imprevisíveis, enquanto os argentinos tidos sempre à partida como um dos favoritos. A não conquista do título é tida sempre como um fracasso, pois o limite para os compatriotas do falecido Diego Maradona é o primeiro lugar do pódio.
A selecção albiceleste tem jogado num sistema táctico de 5-3-2, privilegiando um estilo mais ofensivo, atacando através dos corredores. Neste desenho, os três homens que vão ocupar a linha central do campo são Alexis Mac Allister, Rodrigo de Paul e Enzo Fernández, com destaque para o último que tem a responsabilidade de servir os colegas do ataque.
Lionel Messi é a referência e o melhor marcador desta equipe com 4 golos. O treinador Lionel Scaloni não pode contar com Marcos Acunã devido à suspensão.
A selecção croata vai apostar num 4-3-3, e deverá adoptar uma postura ligeiramente mais recuada, tendo em conta que apresenta um plantel inferior em termos de qualidade em relação ao adversário.
Os três homens que vão ter a missão de ocupar uma zona mais adiantada no campo são Ivan Perišić, Andrej Kramarić e Mario Pašalić. O maestro do meio campo é o capitão Luka Modrić, jogador muito forte no passe e visão de jogo. Todos os jogadores estão disponíveis para este jogo.
Scaloni reconhece potencial do adversário
Lionel Scaloni, seleccionador da Argentina, reconheceu ontem, na conferência de imprensa da antevisão do jogo desta noite, da primeira meia final do Mundial, diante da Croácia, que não será fácil.
“Analisámos muito bem a Croácia, tem jogadores muito bons. Sabemos onde nos podem causar mossa, mas não vou dizer”, explicou o treinador.
E acrescentou: “A ilusão que temos é a mesma de todos os argentinos. Esta equipa joga para eles. A Croácia tem uma forma de jogar e não a vai mudar. Não é ofensiva nem defensiva, joga bem”, avaliou.
Scaloni contou, por outro lado, que De Paul e Di María “já estão disponíveis”. “No treino de hoje (ontem) va-mos avaliar melhor o estado em que se encontram, mas até agora a indicação que temos é que estão disponíveis,” sublinhou.
Zlatko Dalic destaca pontos fortes e fracos da albiceleste
O seleccionador da Croácia, Zlatko Dalic, encara o jogo com a Argentina com muitas cautelas e pede aos seus jogadores maior concentração possível na movimentação de Lionel Messi para não serem surpreendidos.
“Precisamos de nos proteger contra Messi, mas não no estilo marcação individual, já que não fizemos isso no nosso último encontro. Sabemos o quanto ele corre, o quanto gosta de jogar com a bola nos pés e a chave da nossa fase defensiva será a disciplina”, revelou.
Admitiu que selecção albiceleste tem muitos pontos fracos. “Eles mostraram que são vulneráveis. Após estarem em vantagem, por 2-0, contra os Países Baixos, deixaram-se empatar, por 2-2 e foram aos penáltis. Cabe a nós dar o nosso melhor e entrar no jogo cem por cento focados”, rematou.
Por último disse que “Messi ainda é o jogador principal, que joga muito bem e carrega esta selecção, mas eles também têm alguns jogadores jovens, talentosos e muito perigosos”, destacou reiterando que, ainda assim, os argentinos mostraram vulnerabilidades na última partida.
BRUNO PETKOVIC
O avançado Bruno Petkovic, um dos mais novos e heróis nacionais da Croácia, após apontar o golo da vice-campeão mundial ao Brasil no encontro dos quartos de final do Mundial do Qatar que ditou a eliminação da ‘canarinha’ (0-0 nos 90’, 1-1’ nos 120’ e vitória nos penáltis) desdramatizou a importância de Lionel Messi na Argentina.
“Não temos um plano específico para parar Messi. Pelo menos, por enquanto, mas normalmente estamos focados não em parar um só jogador, antes toda a equipa adversária. A Argentina não se resume apenas a Messi, tem assinalável número de grandes jogadores”, realçou.
Disse mais adiante que “temos, antes, é de conseguir parar toda a selecção da Argentina”, afirmou o avançado do Dínamo de Zagreb, de 28 anos, antes do reencontro com a equipa das ‘pampas’, a qual, na fase de grupos do Mundial da Rússia-2018, venceram por concludentes 3-0, recorde-se.
O ponta-de-lança sublinhou, também, o valor da primeira selecção africana (e do mundo árabe) a chegar às quatro melhores da prova desde a primeira edição da prova, em 1930: Marrocos.
“Acho que muitos a subestimavam no início do Mundial, até nós os defrontarmos, no primeiro jogo (0-0). Talvez só a imprensa da Croácia escapasse. Nós não apreciámos verdadeiramente esse resultado, então, mas agora devo reconhecer que eles (Marrocos) merecem tudo o que conseguiram já até aqui, nesta campanha”, concluiu Petkovic.