A travessia por via marítima entre Cabinda e o município de Soyo, na província do Zaire, é feita em pequenas embarcações artesanais. Foi a alternativa encontrada por muitos diante da falta de lugares em voos para Luanda.
Mais de 80 embarcações de fabrico artesanal transportam viajantes de Cabinda ao município de Soyo, no Zaire, e vice-versa.
O objetivo de muitos que fazem o percurso arriscado é chegar à capital do país, Luanda. O método de transporte escolhido, deve-se ao facto de não haver lugares suficientes na única transportadora aérea que liga Cabinda à capital do país, a Linhas Aéreas de Angola (TAAG).
Segundo os trabalhadores que operam no local, pelo menos um naufrágio foi registado no primeiro trimestre de 2021, que terá resultado na morte de quatro pessoas.
Atualmente, muitas pessoas preferem usar as embarcações para chegarem primeiro à vila de Soyo e depois à capital do país. Cada passageiro paga até 25 mil kwanzas (cerca de 38 euros) pela viagem, preço que inclui o teste da Covid-19.
As embarcações navegam sem perder a costa de vista, a chamada Cabotagem. Os agentes da polícia económica têm a responsabilidade de fiscalizar toda mercadoria que transportam.
A meio da pandemia, vários jovens carregam e descarregam certas mercadorias para sobreviver. Jorge Agostinho Gaspar trabalha há mais de 10 anos nesta atividade e relata que “é o trabalho que me dá pão para sustentar os filhos e a minha mulher. Hoje em dia, o trabalho ficou aqui na praia”.