Antigos pastores da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Moçambique relatam esquemas e injustiças alegadamente cometidas pela agremiação religiosa. Um deles foi expulso por se recusar a fazer uma vasectomia.
Moisés Tembe, de 38 anos de idade, é um dos vários antigos pastores da IURD que hoje manifesta o seu desapontamento com a igreja. Natural do distrito de Matutuine, na província de Maputo, no sul de Moçambique, entrou para a IURD há 24 anos e durante duas décadas desempenhou a função de pastor em diversos pontos do país.
Foi afastado das suas funções depois de ter recusado submeter-se a uma vasectomia, uma regra que se tornou obrigação para os pastores por forma a evitar que alarguem as suas despesas gerando filhos, uma vez que a igreja é responsável por custear todas as necessidades dos seus servos.
O ex-pastor conta que a igreja o proibiu de frequentar a escola ainda muito novo, afastando-o da sua família. A mesma igreja abandonou-o agora, deixando-o de mãos vazias, afirma. Também se diz arrependido por ter dedicado a sua vida à IURD.
O presidente do Conselho Cristão de Moçambique ao nível da província de Tete, Rosário dos Santos, classifica estas atitudes como anti-religiosas. “Lançar fora o servo de Deus, o pastor, quer dizer servir como se fosse uma pessoa que não presta, estar no lixo, esse tipo de comportamento não é bom”, lamenta.