O índice elevado de casos de malária em Benguela preocupa autoridades sanitárias, políticos e a sociedade civil em Angola. Município do Lobito é o mais afetado pelo surto. Hospitais estão sobrelotados.
Há cada vez mais um número elevado de doentes que dão entrada diariamente no centro materno-infantil Bela Vista, no Lobito, na sua maioria com sintomas de malária. Este facto preocupa as autoridades sanitárias locais, segundo diz o diretor de enfermagem, Lucas Chivinda.
“Diariamente internamos média de 50 doentes com patologias diversas. Desses, 80% acabam de internar por malária”, informa Chivinda, para quem “nesta altura, a nossa máxima preocupação é o número de doentes na instituição”.
O centro materno-infantil Bela Vista, tem uma capacidade para apenas 75 camas, mas “nós estamos acima de 200”, reporta a direção do centro.
Em Angola, a malária não tem sido combatida como devia ser, afirma Lucas Chivinda: “Nós gastamos recursos do país na compra dos fármacos e isso não é a medida mais adequada para contornarmos a situação da malária.
A situação da malária passa por saneamento do meio, passa por outras medidas adicionais de modo a contermos a proliferação desta doença. Mas o nosso Governo tem estado a gastar tanto dinheiro para combater os efeitos e não as causas, isto também carece se calhar de uma reflexão do topo”.