Sociedade Proteção civil moçambicana pede ajuda reforçada dos parceiros

Proteção civil moçambicana pede ajuda reforçada dos parceiros

O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) pediu a ajuda reforçada dos parceiros de cooperação para financiar o plano de contingência da nova época chuvosa, devido ao impacto da covid-19 e conflitos armados.

“O esforço financeiro vai ser acrescido comparativamente com outros planos de contingência em que [a tarefa base] era só assistir” as vítimas de desastres naturais, referiu Gabriel Monteiro, diretor-geral adjunto do INGC, em declarações difundidas hoje pela Rádio Moçambique.

O INGC diz ter apenas 800 milhões de meticais, dos 7,4 mil milhões de meticais em que está orçado o plano de contingência, que prevê dar apoio a 1,7 milhões de pessoas.

“Isso exigirá um esforço de mobilização junto dos nossos parceiros. Esperamos ter sucesso, como sempre tivemos”, acrescentou.

O plano foi aprovado pelo Conselho de Ministros a 27 de outubro.

Entre os meses de outubro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral, além de secas que têm afetado o sul do país.

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Este ano, a situação humanitária agravou-se devido às restrições impostas pela covid-19, com impacto no sustento da maioria dos moçambicanos, e com o agravamento de ataques armados no norte e centro do país.

No norte, na província de Cabo Delgado, confrontos entre insurgentes e Forças de Defesa e Segurança (FDS) já mataram em três anos cerca de 2.000 pessoas e provocaram uma crise humanitária, com 435.000 deslocados, a maioria jovens e crianças, sem casa nem alimentos suficientes.

No centro, cerca de 30 pessoas morreram no último ano em ataques de guerrilheiros dissidentes da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que pedem melhores condições de reintegração, na sequência do acordo de paz de 2019, provocando igualmente alguns milhares de deslocados.

No que respeita à covid-19, Moçambique tem um total acumulado de 13.991 casos – 85% dos quais recuperados -, e 104 mortes.