Politica UE vai apoiar Moçambique no combate ao terrorismo

UE vai apoiar Moçambique no combate ao terrorismo

A UE aceitou apoiar Moçambique no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, com reforço logístico e treinamento às Forças de Defesa e Segurança (FDS). António Sánchez Gaspar, embaixador da UE em Moçambique, confirmou o facto, na manhã de sexta-feira (09).

“A União Europeia confirma, primeiro, toda a solidariedade para Moçambique e seu povo, devido à situação actual e de violência armada que o país esta a viver no norte, e, em segundo lugar, também confirma todo o apoio para combater o terrorismo, bem como o apoio às populações”, disse o diplomata, que avançou, igualmente, “questões de emergência humanitária e de desenvolvimento sustentável a longo prazo”, como parte do pacote de apoio que pretendem prestar.

O representante da UE em Moçambique frisou ainda, que a comunidade vai redobrar e intensificar todo o esforço sobre a base, políticas e estratégias ao Governo moçambicano numa perspetiva tridimensional, que envolve a assistência em emergência, segurança e desenvolvimento.

O diplomata que falava em Maputo momentos após encontro com a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, explicou que o apoio que a UE vai dar a Moçambique não compreende, no entanto, apoio militar directo como o envio de militares. E quanto a previsão orçamental sobre o suporte logístico, Sánchez disse ser um aspecto que poderá ser revelado após procedimentos subsequentes, porque neste momento decorrem contactos com peritos para as diversas áreas.

A confirmação do apoio da UE a Moçambique, para o combate ao terrorismo, surge há menos de dois meses após o pedido emitido pelo Governo moçambicano, através do ministério que tutela a diplomacia.

A violência armada provocada por terroristas em Cabo Delgado causou, até ao momento, de acordo com estimativas do Governo, pelo menos 1.000 mortos. Há também centenas de deslocados.

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GOVERNO PEDE TAMBÉM APOIO DA ÁFRICA E DO MÉDIO ORIENTE

Para além do encontro que manteve com o embaixador da União Europeia em Moçambique, Verónica Macamo reuniu na manhã de ontem com embaixadores do corpo diplomático da África e Médio Oriente, acreditado no país.

Embora o encontro tenha sido descrito como “evento para partilhar os desafios actuais e a visão de Moçambique”, a reunião serviu para um pedido de apoio aos países africanos e da região asiática, sobretudo, no que toca à solidariedade e repúdio internacional face ao que se regista em Cabo Delgado.

“Até ao momento, as acções terroristas afectam nove distritos. Todavia, não são conhecidos ainda os reais objectivos, estrutura de comando e liderança, a origem do financiamento e as alianças destes grupos violentos”, disse Macamo, diante de diplomatas, tendo de seguida convidado intervenções dos convidados, que asseguraram o apoio moral.

Entretanto, em entrevista ao “O País”, o alto comissário da África do Sul em Moçambique confirmou estarem a decorrer negociações entre os dois países, para um eventual apoio no combate ao terrorismo.

“O facto é que decorrem negociações a um bom ritmo. Aliás, devo dizer, em diferentes níveis quanto à situação de Cabo Delgado, entre África do Sul e Moçambique”, revelou Antoine Kola, sem ter referido se o possível apoio da África do Sul a Moçambique será militar, como terá aventado a imprensa sul-africana em algum momento.