Politica Presidente Nyusi acusa “rede internacional do terrorismo”

Presidente Nyusi acusa “rede internacional do terrorismo”

Filipe Nyusi disse na segunda-feira (31) que os grupos armados que protagonizam ataques no norte do país são parte de uma “rede internacional do terrorismo”, referindo-se à situação de Cabo Delgado.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse esta segunda-feira que os grupos armados que protagonizam ataques no norte do país são parte de uma “rede internacional do terrorismo”, defendendo a unidade como força importante para o combate à violência.

Filipe Nyusi referiu-se à violência no norte do país, concretamente na província de Cabo Delgado, quando falava no lançamento da Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN), uma entidade estatal criada para promover o desenvolvimento da região norte do país.

“Hoje compreendemos de modo mais nítido e seguro que estamos perante uma rede internacional que está a mover uma agressão contra o nosso país, estamos perante o fenómeno do terrorismo”, declarou o chefe de Estado moçambicano. A rede, prosseguiu, explora a pobreza no seio dos jovens da província de Cabo Delgado para recrutar membros.

Filipe Nyusi avançou que a ação dos grupos provocou a morte a centenas de pessoas, obrigou a fuga das suas residências de cerca de250 mil pessoas e resultou na destruição de infraestruturas púbicas e bens privados. Nyusi reconheceu que os ataques em Cabo Delgado colocam um desafio sem precedentes na história do país e é diferente dos vários conflitos que o território nacional já enfrentou. “É uma nova experiência e uma nova realidade totalmente diferente das ameaças que já enfrentamos”, frisou o chefe de Estado moçambicano. Filipe Nyusi apelou à unidade e coesão do país visando combater os grupos armados em Cabo Delgado, assegurando um empenho “sem contemplações” contra a violência na região.

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A província de Cabo Delgado é alvo de ataques por grupos armados desde outubro de 2017, que já causaram a morte de, pelo menos, 1.059 pessoas em quase três anos, além da destruição de várias infraestruturas. De acordo com as Nações Unidas, a violência armada levou à fuga de 250.000 pessoas de distritos afetados pela insegurança, mais a norte da província. As Nações Unidas e várias entidades internacionais já classificaram os ataques como uma ameaça ‘jihadista’ e algumas das ações foram reivindicadas pelo Estado Islâmico.