Politica Renamo satisfeita com o processo de DDR

Renamo satisfeita com o processo de DDR

O líder da Renamo, Ossufo Momade, considera satisfatório o ritmo da implementação em curso do processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração dos combatentes do partido que já culminou com o encerramento de duas bases e desmobilização de mais de 500 guerrilheiros.

Entretanto a Renamo exige gestão transparente dos fundos disponibilizados por várias entidades internacionais para o país no contexto da mitigação dos impactos da pandemia da COVID-19.

A Renamo convocou a imprensa para sua sede nacional em Maputo na manhã desta quinta-feira para dar seu posicionamento em relação ao andamento do processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração e sobre o estágio da COVID-19 no país, que a cada dia regista o aumento de casos de infecção.

Ossufo Momade, destacou o empenho e entrega do Presidente da República, Filipe Nyusi, da comunidade internacional e do seu partido que tem contribuído para o avanço do DDR.

“Ao celebrarmos os 45 dias da retomada do processo, registamos com satisfação que a implementação do DDR decorre a um ritmo encorajador e continuamos expectantes no sentido de que a desmobilização e reintegração dos nossos combatentes pela democracia continue de forma célere, condigna e humanizada. É com júbilo que anunciamos que até ao momento foram desmobilizados mais de 500 combatentes, o que representa 10% do total dos efectivos por desmobilizar.

O empenho e entrega da liderança e dos combatentes da Renamo, do Chefe de Estado e da comunidade internacional tem contribuído para avanços do processo. Contudo, pela grande percentagem de combatentes por desmobilizar, apresentam-se grandes desafios a todos”, afirmou o líder da Renamo.

A Renamo, de acordo com seu líder, está preocupada com o aumento de casos de infecções pela pandemia da COVID-19 em quatro meses que o país observa o Estado de emergência. Preocupada ainda está a Renamo com o que considera de adiamento da materialização das promessas governamentais de apoio aos mais necessitados no contexto da COVID-19, onde há pessoas ficaram sem renda em virtude de terem perdido o emprego e sobretudo os que ganhavam a renda no sector informal.

“Preocupa-nos a sempre adiada a materialização das promessas governamentais de apoio aos mais necessitados, sobretudo aos que dependem da actividade informal. O Fundo Monetário Internacional disponibilizou cerca de 309 milhões de dólares que deveriam ser disponibilizados de imediato a essas populações carentes. As Nações Unidas, a União Europeia, os governos do Japão, Portugal e outros parceiros têm estado a disponibilizar recursos que infelizmente teimam em não chegar atempadamente aos necessitados, pelo que exigimos que haja maior transparência da gestão dos recursos disponíveis”, disse Ossufo Momade que fez referência a evolução do número de infecções nos países limítrofes de Moçambique.

O partido exige ao governo do dia para que tome medidas enérgicas de controlo dos postos fronteiriços no sentido de travar a importação de mais casos. O líder da Renamo, diz ainda que deve se prestar maior atenção as províncias limítrofes de Maputo, Gaza, Manica, tete, Zambézia e Niassa para alem de portos e aeroportos. A Renamo exige ao Governo para criar corredores sanitários e tomada de medidas preventivas para evitar o alastramento e propagação da COVID-19 no país.

Momade pronunciou-se também em relação a situação militar e humanitária em Cabo delgado onde considerou que o conflito está a prolongar-se e a agravar-se criando dor e luto nas famílias moçambicanas para além de destruição de infraestruturas públicas e privadas.

A Renamo considera igualmente que há lentidão das autoridades governamentais na provisão de assistência humanitária aos deslocados de guerra.

“Os recentes ataques e ocupação de importantes localidades e sedes distritais como Macomia, Muidumbe, Quissanga, Ibo e Mocímboa da Praia criaram uma situação humanitária sem precedentes que urge resolver.

Preocupa-nos a lentidão das autoridades governamentais na provisão de assistência humanitária aos deslocados de guerra em Cabo Delgado. Somente a convivência de certas autoridades pode explicar a falta de esclarecimentos sobre a natureza do conflito e a sua resolução, volvidos mais de dois anos.

As motivações deste conflito até aqui não é explicada nem seus verdadeiros autores morais são conhecidos.

Surpreende-nos que o Governo com toda a capacidade de inteligência que possui ao seu dispor continue, a dizer que não conhece os seus autores e mandantes destes ataques terroristas. Esperamos que amanhã não seja tarde demais quando nada haver por fazer”, palavras do líder da Renamo, Ossufo Momade que dirigiu sua comunicação acompanhado por quadros do seu partido.