Cerca de 70 por cento de pais e encarregados de educação e as respectivas crianças temem o regresso às aulas por ainda não estarem criadas condições de segurança contra a COVID-19, revela uma sondagem do Fórum da Sociedade Civil para os Direitos da Criança (Rosc).
O medo pela doença mortífera toma conta das famílias. Quase três meses de Estado de Emergência, cerca de 8800 pais e encarregados de educação ouvidos pelo Fórum da Sociedade Civil para os Direitos da Criança disseram não ao regresso imediato às aulas.
“Nós encontrámos como os grandes argumentos, primeiro, que têm medo que as suas crianças sejam contaminadas porque acham que elas não conseguem se cuidar sozinhos, sobretudo os mais novos”, referiu hoje Benilde Nhalevilo, directora executiva do Rosc.
A sondagem foi feita entre os dias 5 e 12 deste mês através de plataformas digitais para perceber a opinião dos encarregados de educação sobre a matéria no contexto da COVID-19. As crianças também foram ouvidas e suas respostas assemelham-se as dos adultos.
“O não que eles apresentam é pelo medo de serem contaminadas, o medo dos transportes públicos e a insegurança porque algumas das escolas, houve uma até que deu exemplo da escola onde estava que não tem condições de saneamento”, referiu Benilde Nhalevilo.
Outro grupo de pais e alunos, que é a menor parte, propõe o rápido regresso à escola por não assimilar as aulas por televisão, rádio ou internet, mas clama por melhoria da segurança. “Os que dizem sim, não dizem para todos, mas para as crianças em classes de exames”, disse.
Tendo como base as sondagens, a organização da sociedade civil recomenda: “Se for preciso voltar à escola que se volte, mas é preciso olhar para a questão do direito à saúde, a questão do direito à educação e a questão do direito à proteção”, sugeriu a directora do Rosc.
De acordo com a sondagem, cerca de 10 por cento dos adultos estão indecisos quanto ao regresso imediato ou não às aulas. Para as conclusões, foram ouvidas cerca de 722 crianças em idade escolar.