O Irão pediu explicações ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil sobre o posicionamento do país, que manifestou apoio ao Governo dos Estados Unidos após a morte do general iraniano Qassem Soleimani.
O pedido de explicação ocorreu no domingo e, segundo o jornal brasileiro “O Globo”, Maria Cristina Lopes, encarregada de negócios da embaixada do Brasil em Teerão, capital do Irão, já se reuniu com representantes do Governo iraniano, mas o teor da conversa não foi revelado.
Num comunicado divulgado na sexta-feira pelo Itamaraty, o Governo brasileiro defendeu a “luta contra o flagelo do terrorismo”, no dia em que um ataque dos Estados Unidos em Bagdade, capital do Iraque, matou o general iraniano Qassem Soleiman.
“O Governo brasileiro manifesta o seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo”, referiu o Itamaraty.
O Brasil “está igualmente pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento”, acrescentou.
O executivo liderado por Jair Bolsonaro, forte aliado do presidente norte-americano, Donald Trump, sublinhou que “o terrorismo não pode ser considerado um problema restrito ao Médio Oriente e aos países desenvolvidos”.
Assim, defendeu, o “Brasil não pode permanecer indiferente a essa ameaça, que afecta inclusive a América do Sul”.
“O Brasil acompanha com atenção os desdobramentos da ação no Iraque, inclusive o seu impacto sobre os preços do petróleo, e apela uma vez mais para a unidade de todas as nações contra o terrorismo em todas as suas formas”, referiu ainda.
No comunicado, o Itamaraty pediu igualmente respeito pela Convenção de Viena, na sequência do ataque inédito à embaixada dos EUA em Bagdade, e pela “integridade dos agentes diplomáticos dos EUA reconhecidos pelo Governo iraquiano presentes naquele país”.
Qassem Soleiman, figura-chave da crescente influência iraniana no Médio Oriente, morreu na sexta-feira num ataque dos Estados Unidos com um drone (aparelho aéreo não tripulado), em Bagdade, juntamente com o “número dois” da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque Hachd al-Chaab, Abu Mehdi al-Muhandis, e outras seis pessoas.
JN