O comandante-geral da Polícia da República de Moçambique, Bernardino Rafael, afirmou, na quarta-feira (21), na cidade da Beira, que, o anúncio da constituição de novas bases pela Junta Militar da Renamo (JMR) é preocupação para a Polícia.
A criação de bases pela JMR foi anunciada no passado fim-de-semana, em Gorongosa, província de Sofala, onde decorreu a primeira conferência extraordinária do grupo, para, entre outros assuntos, eleger o seu líder.
Reagindo ao assunto, Bernardino Rafael disse que se trata de um conflito entre a própria Renamo e a Junta Militar.
“Os guerrilheiros, em causa apresentam-se como Junta Militar da Renamo. Esta é uma indicação clara que se trata de um assunto do partido. A Renamo tem líderes e este problema pode ser considerado normal, tendo em conta que na política pensar de forma diferente é normal”, afirmou o comandante-geral da Polícia.
Ele disse, também, que acredito “numa solução pacífica. Neste momento, o conflito é interno na Renamo e não requer nenhuma intervenção das Forças de Defesa e Segurança. Creio que o problema será resolvido de forma pacífica por este mesmo partido”.
Refira-se que terminou o prazo anunciado pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, para o desmantelamento das bases da Renamo em todo o país no âmbito do Acordo Definitivo das Cessações da Hostilidades, assinado no passado dia 6 de Agosto, em Gorongosa, entre o chefe do Estado e o líder da Renamo.
Rafael falava na Beira, onde efectua visita de trabalho no âmbito da preparação das eleições gerais, cuja campanha eleitoral arrancará no próximo fim-de-semana.
Ainda em Beira, o comandante-geral da PRM manterá encontros com os cabeças-de-lista da Frelimo, Renamo e MDM, ou representante destes, com o propósito de exortá-los a contribuírem para que as eleições decorram num ambiente pacífico.
“Eventuais disputas nas vias públicas entre os partidos políticos que serão liderados pelos seus respectivos cabeças-de-listas que irão ditar a conquista do eleitorado e consequentemente a vitória eleitoral. Disputas nas vias públicas não irão aumentar, garantir ou reduzir os votos”, disse Rafael, para quem “as vias públicas devem ser centro de convivência social e política e de transmissão de mensagens de cada partido. É isso que iremos transmitir aos partidos políticos quando reunirmos com eles”.
O comandante-geral da Polícia instou à corporação a trabalhar com dedicação e zelo para que as próximas eleições gerais decorram num ambiente de harmonia.
O País