Um cidadão que aparentava ter mais de 40 anos de idade, identificado pelo nome de Ricardo, foi assassinado com recurso a golpes de uma faca, no último (17), na bairro Khongolote, no município da Matola.
É o segundo assassinato de que se tem conhecimento público, em uma semana, naquele ponto da província de Maputo. Em conexão com os dois casos, a Polícia deteve igual número de suspeitos, um dos quais assume a autoria do homicídio, mas sem explicar por que motivo.
O caso mais recente aconteceu no quarteirão 55, enquanto o anterior deu-se no quarteirão 07, no bairro Zona Verde. À semelhança do que sucedeu nesta zona, o corpo de Ricardo foi achado debaixo da cama, com várias perfurações à faca na face e no tórax e o sangue a escorrer no chão.
A vítima exercia o comércio ambulante e vivia sozinha, mas tinha uma namorada, a qual contou que o seu parceiro foi morto durante a madrugada de sábado.
É que, na noite de sexta-feira (17), Ricardo foi visto por algumas pessoas próxima a sair de uma barraca, onde se divertia na companhia de três amigos que supostamente o levaram para a casa.
Célia Macuácua, visivelmente abalada, disse que nas primeiras horas de sábado se dirigiu à casa do companheiro mas, em vez de ser Ricardo a atende-la, como de costume, quem o fez foi um dos três indivíduos acima referidos, o qual alegou que o malogrado viajara para a vizinha República da África do Sul, na noite anterior, e deixou-lhe com a casa para vigiar.
Enquanto exigia explicações sobre a súbita viagem do namorado, Célia apercebeu-se de que o seu interlocutor tinha sangue nos pés como se tivesse esfolado um animal e, a partir daí, desconfiou que alguma coisa não corria a contento. Ricardo jazia debaixo da sua própria cama e por cima dois dos seus amigos dormiam. Eles colocaram-se em fuga.
Confrontando com o cadáver do seu amigo, o suposto assassino primeiro alegou que determinados bandidos protagonizaram uma incursão naquela madrugada.
As estruturas do bairro disseram ao @Verdade não é a primeira vez que alguém é morto na sua casa naquele bairro, onde os moradores queixam-se de insegurança.
Vasco António disse que espectou a faca nos olhos da vítima e de seguida outras facadas no tórax. Segundo ele, agiu em legítima defesa porque Ricardo pretendia assassiná-lo.
Contudo, o indiciado não disse qual foi a razão da briga que acabou a tragédia. Aliás, acrescentou que quando se apercebeu de que o amigo já estava morto empurrou o corpo para debaixo da cama e pôs-se a dormir à espera da Polícia, como forma de provar que é inocente.
A Polícia da República de Moçambique (PRM), na Matola, disse que não restam dúvidas em relação ao envolvimento do cidadão ora detido. O processo sobre a sua incriminação já segue os devido trâmites legais, segundo Fernando Manhiça, porta-voz da corporação.
Recorde-se que, na manhã de 10 de Fevereiro, no bairro Zona Verde um homem cuja identificada não apurámos foi encontrado sem vida e no interior da sua moradia. Acredita-se que ele tenha sido vítima de bandidos, os quais roubaram também uma viatura. Volvidos alguns dias, a PRM deteve um presumível autor do homicídio.
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