Sociedade Beira: Comerciante assassinado no seu apartamento

Beira: Comerciante assassinado no seu apartamento

Um cidadão de nacionalidade indiana que em vida se dedicava ao comércio e respondia pelo nome de Shael Saleembhai Meghanee, de 27 anos de idade, foi assassinado na noite de quarta-feira no seu apartamento, no prédio localizado próximo do supermercado Motichande, na rua Artur do Canto de Resende, no Maquinino, Beira.

Para além de tirarem a vida do comerciante, proprietário de um armazém sito nas proximidades da Passagem de Nível, agrediram a sua mulher, deixando-a com graves ferimentos.

Em conexão com o caso, a Polícia da República de Moçambique (PRM) na Beira deteve Kishan Bhola Bhaú Ramani, de 23 anos, empregado do finado, indiciado na prática do homicídio voluntário, com presumível envolvimento de quatro comparsas, ora a monte.

As autoridades policiais e outras fontes contactadas pelo “Diário de Moçambique” sobre o assunto, disseram não dispor de elementos para afirmar ou negar com no apartamento tenha ocorrido roubo. A recuperação da companheira de Meghanee, ora hospitalizada, poderá ajudar a responder a essa questão.

O suspeito, ora detido, morava no apartamento onde ocorreu o homicídio. Ele contou que, na segunda-feira, quando regressou do serviço, por volta das 19:00 horas, bateu à porta, mas ninguém respondeu. Disse que notando o silêncio, telefonou ao guarda, que na altura não se encontrava no local.

Tive que chamar a mãe da dona da casa que o falecido arrendava, que também tanto bateu à porta, sem que ninguém respondesse de dentro. Ela teve que recorrer a uma outra chave, com a qual abriu a porta. Daí vimos dois corpos no chão. De imediato, comunicamos o sucedido”, disse Kishan Bhola Bhaú Ramani.

Kishan Ramani confirmou que trabalhava para Shael Saleembhai Meghanee há quatro meses, num armazém situado na Passagem de Nível. Revelou que conheceu em Angola, onde o finado era proprietário de uma mercearia.

Assassinos enganam guarda

O porta-voz do comando provincial da PRM em Sofala, Daniel Macuácua, afirmou ontem que a morte de Shael Saleembhai Meghanee tratou-se de homicídio voluntário. Como principal suspeito do crime, apontou o detido Kishan Bhola Bhaú Ramani, que morava na casa da vítima, e outros quatro seus comparsas, ora a monte.

Kishan Ramani e outros elementos do grupo deslocaram-se ao apartamento do Shael Saleembhai Meghanee. Chegado à entrada do prédio, por volta das 19 horas, o guarda permitiu que Kishan Bhola Bhaú Ramani entrasse, tendo vedado acesso aos quatro comparsas, por os considerar pessoas estranhas.

Por morar naquele edifício, o guarda trata Kishan Bhola Bhaú Ramani de patrão. Perante a atitude inesperada, segundo Daniel Macuácua, Ramani entregou 200 meticais ao guarda, mandando-o comprar bebida próximo do prédio.

Quando o guarda regressa com a bebida, momentos depois Kishan Bhola Bhaú Ramani descia sozinho do prédio e os seus amigos haviam desaparecido. Presume-se que tenham usado as escadas de serviço. Quando a Polícia teve conhecimento, foi ao local e descobriu que no interior estava um corpo sem vida, para além de uma mulher grávida, que se encontrava na casa de banho, com ferimentos graves”, contou Daniel Macuácua.

Sobre instrumento usado no crime, a fonte policial presume que os indivíduos tenham usado facas e outros objectos cortantes.

Afirmou que a corporação está a efectuar o trabalho investigativo, visando a neutralização dos indivíduos a monte para a responsabilização, tendo reiterado o apelo para a contínua denúncia de suspeitos de praticar crimes.

Diário de Moçambique