Um cidadão que responde por Metin Cimen, de nacionalidade turca e proprietário da padaria Tio, localizada na avenida Mouzinho de Albuquerque, na Beira, é acusado de agredir uma das suas trabalhadoras que chegou a perder os sentidos.
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Sara José conta que no passado dia 30 de Abril, o patrão disse-lhe que no dia seguinte começava a trabalhar no período da manhã e ela cumpriu.
Já no dia seguinte estava previsto para se apresentar no seu posto às 5:30, mas só se fez presente por volta das 6:00: “O ‘boss’ viu-me e deixou-me trabalhar até às 14:00 horas. Nesse período, ele disse-me que devia trabalhar até 22:00 horas, para fazer horas extraordinárias”.
“Eu lhe falei que não estava a me sentir bem e não iria conseguir trabalhar até à hora que ele queria. Disse-me que me ia dar um pão e comprimidos para tomar. Eu disse-lhe que não podia tomar comprimidos, e pão simples não era comida para aguentar com medicação”, explicou.
Sara José precisou que Metin Cimen lhe disse que se tivesse dinheiro podia ir comer no restaurante, mas ali ele é quem mandava e ela apenas devia obedecer. Segundo a vítima, fez a seguinte questão ao “boss”: “quando boss está doente consegui trabalhar?!”. Foi nesse momento que Metin Cimen “me deu uma porrada na região da boca e cai batendo com a cabeça no chão e desmaiei”.
A vítima contou que quando recuperou os sentidos, dirigiu-se ao escritório do “boss” com o propósito de levar sua bolsa para ir à casa, Metin Cimen não se mostrou preocupado com o que tinha feito e disse “se vais para casa fica a saber que seu emprego acabou”.
Nessa altura, uma das colegas ligou para o marido de Sara a pedir que viesse busca-la. Quando o parceiro de Sara José procurou saber de Metin Cimen porque que tinha batido na esposa. E teve a seguinte resposta: “vocês moçambicanos não estão bem. Ela negou trabalhar e podem queixar onde quiserem pois ninguém vai fazer-me nada porque tenho advogado”.
Sara José adiantou que além da agressão na padaria Tio, são frequentes maus tratos protagonizados pelo proprietário e seu filho, Burhan Cimen, que também trabalha na panificadora.
“Eles nos maltratam muito. Obrigam-nos a fazer trabalhos domésticos e até nos mandam. Basta atrasar só cinco minutos, somos descontados o valor de um dia inteiro, mesmo assim obrigados a trabalhar até tarde”, disse.
Sara José adiantou que já apresentou o caso às autoridades policiais. Ela fez saber que foi submetida a exames médicos e os resultados já saíram, estando na posse da Policia de Investigação Criminal (PIC). “Espero que sejam penalizados pelos actos que cometeram contra mim e não só. Quero que seja feita a justiça”, disse.
Porém, as acusações não param por aí. Uma outra antiga trabalhadora da padaria, de nome Anifa Farida Barros Sardinha, acusa Burhan Cimen filho de Metin Cimen de revistá-la nua, alegando que ela roubou 8.470 meticais.
Anifa Sardinha contou ao “Diário de Moçambique” que no dia 12 de Maio passado trabalhou no caixa até às 22:00 horas. Trinta minutos depois de o pai e filho fazerem as contas disseram que faltava 8.470 meticais.
“Eu disse que não sabia onde estava esse dinheiro. Eles continuavam a dizer que levei o dinheiro. Pedi ao “boss” para ver as imagens do circuito de segurança interno para ver o momento em que subtrai o valor e ele negou”, narrou Anifa, acrescentando que as pessoas que ficam na caixa não têm a oportunidade de fazer contas com o dono da padaria e não são informadas as quantidades de pão que sai do forno para as prateleiras.
Diário de Moçambique