Um estudo do Ministério da Saúde de Moçambique publicado na última sexta-feira em Maputo, diz que 22,3 porcento dos mineiros moçambicanos que trabalham na África do Sul estão infectados pelo HIV/SIDA.
O estudo demonstrou que a prevalência do HIV é muito alta, sendo que um em cada cinco mineiros está infectado pelo HIV, o que corresponde a22.3%. Apesar de 90% dos mineiros reportar que tem acesso gratuito aos preservativos, somente um em cada cinco usou preservativo na última relação sexual”, sustenta o estudo.
A pesquisa demonstrou ainda que três em cada quatro mineiros infectados pelo HIV não sabiam que eram portadores do vírus.
O estudo refere que em 1975 trabalhavam na África do Sul pelo menos 115.309 mineiros, número que reduziu para 43.700 em 2011. Do grupo alvo da pesquisa em alusão, 78,7% atingiram o nível secundário de escolaridade, 50,3% têm residência principal em Moçambique, 53,1% na região centro e 45,3% na zona sul.
Em relação aos camionistas de longo curso residentes em Moçambique, o estudo também aponta uma alta taxa de seroprevalência, cerca de 21,9%, e estes também rejeitam o preservativo, havendo ainda incidência de múltiplos parceiros nos últimos 12 meses.
“O conhecimento do sero-estado entre os camionistas infectados pelo HIV foi baixo. 83.7% dos inquiridos que tiveram resultado positivo de HIV no teste realizado no inquérito não sabiam que estavam infectados antes de participarem no inquérito.
Os inquéritos tiveram lugar em áreas de maior trânsito de mineiros no sul de Moçambique e de grande concentração de camionistas no centro e contaram com a parceria da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF).
“Os resultados permitirão a monitorização e avaliação eficazes das campanhas e dos programas de combate ao HIV e SIDA, bem como a concepção, implementação e avaliação de novas estratégias de controlo da epidemia do HIV em Moçambique”, refere o estudo.