O encerramento da lixeira de Hulene, em Maputo e por sinal a maior do pais, poderá levar ao desemprego de mais de 200 pessoas que viviam com base na recolha de resíduos sólidos, é o que conclui um estudo preliminar apresentando nesta quinta-feira pelo Conselho Municipal da Cidade de Maputo (CMCM).
O consultor contratado pelo município, Gustavo Dgedge, disse que os catadores de lixo, que conseguem ganhar até 10 mil meticais mensalmente com a venda dos resíduos, acreditam que com o encerramento da lixeira de Hulene o município deverá indemniza-los.
Dgedge alerta que os catadores dedicam mais de 12 horas de trabalho a procura de material reciclável como o plástico, papelão, vidro, metais, entre outros. Diariamente recolhem cerca de cinco a 20 quilos de resíduos naquele local.
De acordo com o estudo, os catadores têm esta actividade como a única base de sustento das suas famílias. O elevado índice de desemprego no país não deu outra escolha a estas pessoas, senão catar lixo para posterior venda.
“Os catadores não usam máscaras durante a sua actividade e isso contribui para que eles contraiam várias doenças, como tuberculose, cólera. Há muito fumo na lixeira de Hulene”, disse Dgedge.
O consultor afirmou que “as mulheres dizem que quando a lixeira de Hulene for encerrada vão deslocar-se à outra. Porém os homens dizem que irão arranjar outra base de sustento.”
Um dos impactos que consta do estudo, com o encerramento da lixeira de Hulene, está relacionado com a redução do crime no bairro de Hulene, cenário em que os catadores são frequentemente apontados como protagonistas..