O Presidente francês, François Hollande e a chanceler alemã Angela Merkel, depois de alguma hesitação e incerteza, confirmaram a presença, esta quarta-feira, na cimeira de Minsk, na Bielorrússia, onde, tudo indica, se vão sentar à mesma mesa o chefe de Estado ucraniano, Petro Poroshenko e o líder do Kremlin, Vladimir Putin.
Fonte próxima do Palácio do Eliseu, em Paris, disse à AFP que, após uma conversa telefónica em que fizeram um “rápido ponto da situação”, Hollande e Merkel decidiram deslocar-se à capital Bielorrussa e “tentar tudo, até ao fim”. O objectivo é dar continuidade ao esforço para encontrar uma solução diplomática para o conflito ucraniano.
Ao mesmo tempo que decorrerá esta cimeira quadripartida ao mais alto nível governativo, também o Grupo de Contacto para a paz na Ucrânia deverá retomar, esta quarta-feira, a reunião da véspera, onde foi estabelecido um princípio de acordo para um cessar-fogo no leste ucraniano.
Deste Grupo de Contacto fazem parte representantes do governo da Ucrânia e da Rússia, dos rebeldes separatistas pró-russos das auto-proclamadas Repúblicas Populares de Donestsk e Luhansk, e da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa).
À distância, o presidente dos Estados Unidos mantém-se atento ao desenrolar dos acontecimentos. Numa tentativa de colocar alguma pressão sobre o homólogo russo, Barack Obama telefonou, terça-feira, à Vladimir Putin para debater “a escalada de violência no leste da Ucrânia” e o “apoio continuado” de Moscovo aos separatistas pró-russos no leste do país vizinho.
Num curto comunicado norte-americano, lê-se que o chefe da Casa Branca sublinhou ao líder do Kremlin “o crescente número de perdas de vidas humanas nos combates” no leste da Ucrânia e “destacou a importância de o Presidente Putin aproveitar a oportunidade apresentada pelas actuais conversações entre Rússia, Alemanha, França e Ucrânia para alcançar uma solução pacífica” ao conflito.
Em Washington, entretanto, continua a ponderar-se sobre o pedido de Kiev de fornecimento de armas sofisticadas para os militares ucranianos poderem fazer frente aos rebeldes ucranianos, alegadamente armados com artilharia pesada fornecida pela Rússia.