Pela segunda vez na história, um Papa visitou o Parlamento Europeu, tendo Francisco aproveitado o convite para apelar a uma política mais humanista.
Na sessão plenária em Estrasburgo, esta terça-feira, o Papa alertou contra o risco de exploração e marginalização em que vivem muitos europeus.
Francisco disse que “os grandes ideais que inspiraram a Europa parecem ter perdido força atrativa, em favor dos tecnicismos burocráticos”.
A Europa tenta debelar uma crise econômica, mas não pode querer progresso a qualquer preço, defendeu o Papa.
Numa alusão às receitas da austeridade e ao flagelo do desemprego, o Santo Padre disse que “é preciso encontrar novas formas de combinar a flexibilidade do mercado com a necessidade de estabilidade e de segurança nas perspetivas de emprego, que são essenciais para o desenvolvimento humano dos trabalhadores.”
O líder espiritual dos católicos falou também do problema da imigração, sobretudo dos que fogem da guerra e da pobreza no Médio Oriente e em África.
“É intolerável que o mar Mediterrâneo se tenham tornado num grande cemitério. Nesses barcos que chegam todos os dias às costas europeias, há homens e mulheres que precisam de ajuda e de hospitalidade”, disse o Sumo Pontífice, que recebeu um forte aplauso neste momento.
A seguir ao discurso no Parlamento Europeu, o Papa terminou a visita no Conselho da Europa, uma organização de defesa dos direitos humanos com 47 países-membros, incluindo os 28 da União Europeia.
Neste segundo discurso, o Papa adovogou maior colaboração entre esta instituição e a Igreja Católica.