O Ministério da Indústria e Comércio busca formas para a dinamização das actividades do Programa Nacional de Iodização do sal e para melhor valorização e iodização deste produto, junto de outros sectores. para o efeito, o MIC, reuniu na manha desta segunda feira, com outros parceiros com vista a encontrar mecanismos para a valorização e idoneidade dos produtos e maior segurança e confiança do consumidor.
A reunião nacional surgiu como forma de harmonizar as acções desenhadas para o Programa Nacional de iodização do Sal, com vista ao incremento do sal iodado no circuito da comercialização e outras acções de massificação do programa.
Falando durante a reunião nacional de iodização do sal a, Secretaria Permanente do Ministério da Indústria e Comércio Cérina Mussá que falou em nome do Ministro da Indústria e Comércio Armando Inroga disse que a falta de iodo causa problemas na vida pessoal e social das pessoas, tendo por isso um efeito negativo no desenvolvimento social e económico das regiões afectadas.
“Foi tendo em conta os males já mencionados anteriormente que se escolheu o sal iodado como um condimento mais usado nos alimentos para ser usado como veiculo para a incorporação do iodo como forma de garantir a massificação do seu consumo”, disse.
Segundo Mussa o governo moçambicano ciente da necessidade de garantir o consumo do sal iodado em todo o país, estabeleceu o Programa Nacional de Iodização do Sal para um melhor acompanhamento e monitoria das actividades ligadas a toda a cadeia do sal iodado.
“O governo através de programas de formação tem realizado acções de capacitação dos intervenientes na cadeia de produção e comercialização do sal iodado no país, para a melhoria dos processos produtivos, de gestão de negócios e controle da qualidade do sal”, referiu.
Na mesma ocasião, a representante do Ministro explicou ainda que apesar das iniciativas referidas anteriormente, muitos desafios ainda se colocam para que efectivamente o consumo do sal iodado no país seja o sucesso desejado, com destaque para os ligados a insuficiência de equipamentos e instrumentos de produção de sal iodado, dificuldades das vias de acesso, falta de embalagem para o sal iodado, e escassez de fundos para a monitoria e inspecção sistemática de todo processo.
“Ainda na linha dos desafios, gostaríamos de lançar mais um que é o aproveitamento de todo o apoio dado pelo governo e parceiros para o aumento de produção do sal iodado de qualidade tirando a vantagem da costa e da localização geo-estratégica do país”, asseverou.
Por sua vez, o representante da UNICEF Koen Vanormelingen disse que a falta do iodo causa um dano irreversível no desenvolvimento intelectual das pessoas provocando até problemas mentais.
“As manifestações da deficiência de iodo são varias, nomeadamente o bócio, o atraso mental, crescimento e desenvolvimentos retardados entre outros. E o bócio e o sinal mais evidente da falta de iodo e o efeito mais grave e que facilmente não é o observado e o atraso mental que e irreversível”, explicou.
Segundo Vanormelingen, neste momento 3,5 milhões de crianças e 1,5 milhões de mulheres em idade fértil esta em risco de deficiência de iodo o que equivale a 25 porcento da população moçambicana.
A deficiência é mais notável nas províncias de Nampula, Zambézia, Niassa e Manica.
“Infelizmente o consumo do sal iodado a nível dos lares reduziu de 50 porcento em 2008, para 45 porcento em 2011, significando que menos da metade da população moçambicana consome o sal iodado”, lamentou.
Ainda de acordo com o representante da UNICEF , outro desafio esta relacionado com o processo de aquisição e distribuição gratuíta do iodato de potássio que não tem sido sustentável para esta instituição devido aos custos elevados de aquisição, desembaraço aduaneiro e distribuição pelo pais, havendo assim a necessidade de se encontrar um mecanismo para a disponibilização do iodato de potássio no país.
De referir que o seminário foi organizado no sentido de colher contribuições por forma a elaboração da Estratégia Nacional para a Iodização Universal do Sal em Moçambique, instrumento este que se perspectiva apoiar na monitoria e supervisão do processo de produção, bem como no aumento da disponibilidade de sal no mercado nacional para a redução de doenças ligadas a falta de iodo no organismo com consequente melhoria da saúde publica no país.