Politica Governo prepara assalto final à Gorongosa para assassinar Afonso Dhlakama

Governo prepara assalto final à Gorongosa para assassinar Afonso Dhlakama

A Renamo acusou, na manhã de quarta-feira, as forças militares do Governo de estarem a preparar “o assalto final” à Gorongosa, visando assassinar o seu líder, Afonso Dhlakama, e outros quadros que estão na sua companhia.

Em conferência de imprensa na sede da Renamo, em Maputo, António Muchanga, porta-voz de Afonso Dhlakama, denunciou alegadas movimentações militares que põem em causa a paz.

“O Estado-Maior General da Forças Armadas do Governo está a reforçar, neste momento, homens e meios materiais bélicos, transferindo-os de Marínguè, Muxúnguè, Dondo e outras zonas para a Gorongosa, onde está em marcha a montagem de novas posições militares em zonas tais como Nhadue, local onde se recenseou, no dia 8 de Maio, o presidente da Renamo, e outras zonas estratégicas para garantir o que designam de assalto final”, declarou Muchanga a jornalistas.

A Renamo considera que é momento de se evitar o derramamento de sangue, e o presidente Dhlakama apela às forças vivas da sociedade para estarem atentas em relação ao que está a acontecer, segundo disse António Muchanga.

Igualmente apela ao Presidente da República para que assuma as suas responsabilidades de comandante-em-chefe das FADM/FIR. Ameaça que, “a concretizar-se o plano do Estado-Maior General de assaltar ou tentar assassinar Dhlakama, voltar-se-ia aos confrontos militares de maior magnitude, com consequências desastrosas e imprevisíveis para o país”.

O porta-voz António Muchanga advertiu: “Perante esta ameaça das forças governamentais, os comandantes da Renamo na região da Gorongosa estão apreensivos e juram que não vão permitir que novas posições do Governo sejam montadas naquela região”.

Para a Renamo, a atitude do Governo demonstra que a sua opção é encontrar na via militar a solução do diferendo político que os opõe, apesar do diálogo que decorre na sala de Conferências “Joaquim Chissano”.

A Renamo diz que passam 20 dias desde que o seu líder, Afonso Dhlakama, decretou unilateralmente uma trégua, o que, neste momento, aliviou as hostilidades.

“Lamentavelmente, o mesmo não está sendo correspondido pelo Governo da Frelimo, o que obrigará as forças da segurança da Renamo a tomar algumas medidas, para garantir a defesa da vida do seu líder, o presidente Afonso Dhlakama, e outros quadros militares que o acompanham na sua jornada quotidiana na região da Gorongosa, onde vive desde Outubro de 2012”, afirmou Muchanga.

Segundo ele, o comportamento do Governo nas várias frentes, como são a Sala de Conferências “Joaquim Chissano”, o Estado-Maior da Forças Armadas de Defesa de Moçambique e as movimentações no terreno, demonstram claramente que há um plano concreto de queimar tempo no diálogo, enquanto os estrategas militares vão ensaiando opções militares com vista a eliminar ou assassinar o presidente Afonso Dhlakama e os quadros que o acompanham e garantem a sua segurança, à semelhança do que aconteceu no dia 21 de Outubro de 2013 em Sandjundira.

A prova destes factos, segundo António Muchanga, são os discursos do chefe e do chefe-adjunto da delegação do Governo nas negociações, que até chegam a insinuar que não sabem o que está sendo preparado pelas forças militares e da intervenção rápida, o que é lamentável.

No entender da Renamo, Afonso Dhlakama, ao apelar para a retirada das forças que o cercam, fê-lo de boa-fé e sabe que as forças militares e a Força de Intervenção Rápida estão em todo o território nacional, mas em locais previamente estabelecidos, que são os quartéis, conforme determina a Lei da Defesa e das Forças Armadas de Moçambique.

Outra prova que a Renamo considera de “inequívoca” dos “actos macabros” do Governo, são as reuniões que têm lugar no Estado-Maior General, em Maputo, uma das quais se realizou no dia 17 de Maio do ano corrente, em que os participantes são oficiais superiores seleccionados cuidadosamente conforme a proveniência e militância partidária de cada um.

“Não menos importante é a chamada para Maputo do coronel Aldo e do tenente-coronel Cebolinha, estes homens que dirigem equipas de reconhecimento na região da Gorongosa, onde a aposta continua a ser a eliminação física do presidente Afonso Dhlakama e quadros que garantem a sua segurança”, concluiu António Muchanga.