Termina no dia 29 de Abril corrente o recenseamento eleitoral em todo o País, com vista a realização das eleições presidenciais, legislativas e das Assembleias provinciais. Um dos actores chave do processo político nacional, Afonso Dhlakama, líder do maior partido da oposição, ainda não se recenseou, porque está em parte “incerta”.
Afonso Dhlakama está desaparecido desde Outubro do ano passado, quando a tropa conjunta das Forças Armadas de Moçambique (FADM) e de Intervenção Rápida (FIR) tomou, de assalto, a base da Renamo que também era residência do líder da perdiz em Sadjundjira na Gorongosa, província de Sofala. Na operação foi assassinado o deputado da Assembleia da República Armindo Milaco, mas acredita-se que o objectivo era mesmo assassinar Afonso Dhlakama. Desde aí o presidente da Renamo nunca mais foi visto.
De acordo com os números 01, 02 e 03 do artigo 137 da Lei de Eleição do Presidente da República e dos deputados da Assembleia da República, no que respeita aos “Requisitos formais da apresentação da candidatura”, a apresentação de candidaturas é efectuada através da entrega de uma declaração ao Conselho Constitucional. Da declaração de apresentação de candidaturas deve constar, entre outros, o documento que atesta estar inscrito no recenseamento eleitoral actualizado, ou seja, o cartão de eleitor. O facto é que Dhlakama ainda não se recenseou.
Ultimamente têm-se multiplicado operações de bombardeamentos em diferentes zonas na região de Gorongosa, por se acreditar que Afonso Dhlakama esteja num daqueles pontos. Enquanto a “caça” a Afonso Dhlakama continuar dificilmente o líder da Renamo se pode recensear. Mas acredita-se que o possa fazer dentro dos próximos dias, na esteira dos entendimentos que vêm sendo alcançados. O certo porém é que Dhlakama tem 29 dias contados a partir desta terça feira, 01 de Abril.