Os residentes dos bairros do município da Matola estão expostos à imundice total. É que as principais ruas dos bairros de Khongoloti e 1º de Maio, posto administrativo de Infulene, estão cheias de lixo que provoca cheiro nauseabundo, constituindo, assim, um atentado à saúde pública. Há três semanas que o carro de recolha de lixo não entra nestes bairros.
Esta quinta-feira, em contacto com o Canalmoz o edil interino da Matola, António Matlhaba, disse que os munícipes devem dirigir-se ao município para expor os seus problemas e não recorrer à Imprensa.
No terreno, se não forem tomadas medidas urgentes para a remoção destes resíduos sólidos – com a previsão de chuvas nos próximos dias – poderão eclodir doenças diarreicas e cólera. Este é somente um exemplo, também se fala de remoção de lixo noutros bairros como Zona Verde, Dlavela e T-3.
No que concerne à concentração de lixo, a Avenida de Khongoloti, que sai da Zona Verde até Mercado Khongoloti, terminal de transporte semi-colectivo de passageiros, vulgo “chapa”, apresenta-se com maior número de sacos de rafia, plásticos e latas com lixo. A rua que parte de Licuacuanine, vulgo “cajueiros”, até Mapandane. Mapandane, a norte faz limite com o bairro de Nkobe e a sul o bairro de Dlavela. A rua Fidel Castro, que liga o bairro 1º de Maio aos bairros de Intaka e Mathemele, é outra que está cheia de lixo.
Júlio Samussone, residente do 1º de Maio, disse que o carro começou a entrar algumas semanas antes da campanha eleitoral para eleições autárquicas.
“Há três semanas que a viatura não se faz ao terreno. As ruas estão cheias de lixo. Os remoinhos de ventos estão a espalhar os papéis, plásticos e cinzas. Pagamos taxa de lixo e a viatura não passa por aqui”, desabafa Júlio Samussone, morador do bairro 1º de Maio. Acrescentou que as ruas estão cheias de lixo. As crianças longe de perigo que correm, brincam com o lixo.
Promessas não cumpridas
Outro município que falou ao Canalmoz é António Nhassavele que disse que o Conselho Municipal não está a honrar com o compromisso assumido aquando da campanha que visava desencorajar os residentes a não abrir covas nas ruas para enterrar o lixo.
“Deixamos de abrir covas nos quintais, mas o lixo está em todo o bairro. Isto representa um atentado à nossa saúde”, disse alertando que as crianças já estão a brincar com lixo e é urgente que o pessoal da Saúde seja informado sobre esta situação.
“Cortam-nos dinheiro para a taxa de lixo. A recolha de lixo não é favor. É dever do município. As ruas estão parceladas e os munícipes vão depositar lixo onde foram indicados”, disse.
“Quando vimos este carro a entrar pela primeira vez desconfiamos que estivéssemos perante a pré-campanha. No cajueiro, Mercado, Licuacuanine, Conuelene e Fidel Castro há muito lixo. Recomeçamos a fazer covas para enterrar lixo”, disse.
Matlhava convida munícipes ao seu gabinete
O presidente interino do Conselho Municipal da Matola, António Matlhava, ontem em contacto com o Canalmoz desqualificou as preocupações dos munícipes que se queixam sobre o lixo nestes bairros.
“Os munícipes devem deixar de queixar-se ao jornal, e dirigir-se ao Conselho Municipal para expor seus problemas”, disse e desligou o seu telemóvel.