Politica Renamo questiona objectivo do Brasil ao oferecer meios de guerra ao Governo

Renamo questiona objectivo do Brasil ao oferecer meios de guerra ao Governo

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, pediu autorização ao congresso brasileiro para doar três aviões Tucano T-27 para a Força Aérea de Moçambique, num momento em que o país africano vive momento de maior tensão desde o fim da guerra civil, há 21 anos. O repasse, que precisa ser aprovado pelo Congresso, faz parte do pacote que inclui 25 carros de combate blindados do Exército para o Uruguai, segundo o jornal brasileiro Folha de São Paulo esta é, segundo registos do Ministério da Defesa, a primeira vez que Moçambique pode receber equipamentos militares brasileiros.

Renamo questiona objectivo do Brasil ao oferecer meios de guerra ao Governo

Reagindo à informação, a chefe da bancada da Renamo na Assembleia da República, Maria Angelina Enoque, questiona o objectivo do Brasil ao doar tais aviões em “momento político militar crítico” que o país atravessa.

“Mas também não se deve olhar apenas para quem doa o referido material de guerra. É preciso olhar para quem manifestou o interesse pelo referido material”. “Só quem pediu o material é que pode responder o que pretende com o mesmo”, disse Angelina Enoque.

Segundo a “Folha”, a cooperação de defesa entre o Brasil e Moçambique foi firmada em Março de 2009. Em Maio deste ano, a Defesa mandou ao Planalto a exposição de motivos para doar os aviões, argumentando que “tem se empenhado em celebrar acordos bilaterais com nações amigas, visando estreitar laços de amizade e permitir a participação mais efectiva do Brasil em questões internacionais”.

Contudo, escreve o jornal brasileiro que a presidente Dilma assinou a mensagem encaminhando ao congresso o texto do projecto que autoriza a doação dos blindados e dos aviões somente na segunda-feira da semana passada, “quando o conflito entre o governo e a oposição já havia se acirrado”.

As mensagens da presidente foram publicadas no “Diário Oficial”, por meio de nota divulgada pelo Itamaraty, o próprio governo brasileiro manifestou preocupação com “os incidentes ocorridos nos últimos dias” em Moçambique.

As doações, segundo a “Folha”, são praxe para se livrar de material obsoleto e desactivado, quase sempre com elevados custos de manutenção. São usadas, ainda de acordo com a Defesa, para “suprir eventuais carências apresentadas pelas forças armadas de países amigos”.