Diamantino Miranda viu a sua licença de trabalho revogada em Moçambique e está obrigado a abandonar o país.
O treinador de futebol que orienta o Costa do Sol, viu o Ministério do Trabalho de Moçambique revogar-lhe a autorização de residência, pelo que «deverá abandonar o País nos termos legalmente estabelecidos», diz o MITRAB num despacho assinado pela ministra do Trabalho.
A decisão foi tomada após uma participação do Ministério da Juventude e Desportos ao Ministério do Trabalho e do Interior, na sequência das declarações do técnico português no sábado passado, após o jogo com o Vilankulos FC, onde proferiu frases como «todos aqui são ladrões», tendo acusado a imprensa de se ter “vendido” por um «prato de sopa e falsear a verdade desportiva», isto numa discussão com jornalistas.
As declarações de Diamantino Miranda caíram mal na sociedade moçambicana, tendo o Ministério da Juventude e Desportos de Moçambique considerado que o treinador «ofendeu os moçambicanos» e declarado a polémica como «assunto de Estado».
O Conselho de Disciplina da Liga Moçambicana de Futebol já tinha suspenso preventivamente o treinador do Costa Sol, que agora vê revogada a sua licença de trabalho e obrigado a abandonar Moçambique.
Sapo
Diamantino chora e pede desculpa
«A única coisa que quero dizer é pedir desculpas a toda a gente que se sentiu lesada e principalmente a todos os que não têm nada a ver com isto: o povo moçambicano, que levo no coração», disse Diamantino Miranda, treinador português do Costa do Sol, reagindo, em conferência de imprensa, à ordem de deixar Moçambique por parte do Ministério do Trabalho, na sequência das declarações que proferiu, numa discussão com jornalistas, no final do jogo oom o Vilankulo, no último sábado.
Diamantino Miranda emocionou-se, a voz embargou e não conseguiu conter as lágrimas. E explicou o contexto em que acusou os jornalistas de ser «venderem por um prato de sopa» e de ter dito «aqui é só ladrões», declaração que o Governo moçambicano considerou uma ofensa ao Estado e ao povo.
«Tive uma discussão com uma pessoa, que só a meio da conversa percebi ser jornalista, depois de ter sido provocado. Uma discussão já depois do flash-interview e quando estava a caminho do autocarro. Vim a saber que a discussão – um assunto privado – foi gravada sem o meu consentimento. E só foi pena que não tenha gravado ou divulgado a conversa toda para que se percebesse da provocação de que fui alvo», começou por revelar, sem esconder que se, mesmo tendo em conta que se encontrava «exaltado», se excedeu.
«A discussão descambou, tenho a consciência de que fui duro no que disse e reconheço que posso ter ferido a suscetibilidade das pessoas, mas há que perceber o contexto e nunca pensei que o caso tivesse esta dimensão», explicou.
«Sempre tive a maior consideração pelo povo moçambicano. Tenho recusado outros convites porque gosto de estar aqui. Muitas vezes dei entrevistas e falei do quanto admiro este País e este povo e do potencial que os futebolistas moçambicanos têm. Sempre vesti a camisola de Moçambique, literalmente, em grandes jogos das seleções, do futebol ao basquetebol. Peço desculpa aos amigos que desiludi, mas nunca diria nada de negativo do povo moçambicano, que, repito, levo no coração. Só espero que a verdade venha ao de cima, que as pessoas percebam realmente o que se passou, das provocações de que fui alvo e que um dia possa regressar a Moçambique para trabalhar novamente», concluiu.
48 horas para deixar o País
Depois de ter sido notificado pelo Ministério do Trabalho de que a sua licença de trabalho foi revogada, Diamantino Miranda tem 48 horas para deixar Moçambique, o que deve acontecer sábado.
A Bola