Politica Renamo denuncia assassinato do seu ex-guerrilheiro pela PRM

Renamo denuncia assassinato do seu ex-guerrilheiro pela PRM

Um ex-guerrilheiro da Renamo, de nome Oliveira Magazanhica, que trabalhava na base onde se encontra a residir o líder do partido, em Sandjundjira, foi encontrado morto perto da sua residência no distrito de Nhamatanda, para onde se deslocara para visitar a família. A Renamo alega que o seu guerrilheiro, com patente de major, foi sequestrado e morto por agentes da força de defesa e segurança.

Segundo o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, o assassinato ocorreu no dia 27 de Agosto, dois dias após a vítima ter sido “sequestrada na sua casa e mantida em cativeiro, seviciada e depois morta e abandonada no mato”. Seu corpo “foi descoberto por populares que apanhavam lenha”. Mazanga diz que este é um plano do Governo de assassinar ex-guerrilheiros da Renamo.

“A situação política do País tende a deteriorar-se, com o retorno a práticas terroristas que estão a ser levadas a cabo pelo Estado, a mando do Partido FRELIMO e o seu governo que estão a semear luto nas famílias moçambicanas, na região centro de Moçambique, com maior enfoque nos distritos de Dondo, Nhamatanda, Buzi, Cheringoma, Chibabava, povoados de Pandja, Nhango, Magomane e Matcheme”, disse MAzanga.

“Estas práticas hediondas são materializadas pela Polícia da República de Moçambique (PRM), com colaboração directa dos Secretários dos Bairros e Policiamento Comunitário, que vão de casa em casa dos desmobilizados da RENAMO, e os rapta para serem torturados até à morte”, continuou explicando que foi o que “aconteceu com o ex-guerrilheiro, major Oliveira Magazanhica”.

Mazanga explicou como tudo teria sucedido, segundo a Renamo.

“Este membro da RENAMO, natural do distrito de Caia, província de Sofala que residia, actualmente, com a sua família no distrito de Nhamatanda, foi executado às 17h30, depois de ter sido seviciado e mantido no cativeiro, de 25 a 27 de Agosto, altura da sua execução. O major Oliveira fazia trabalhos no quartel-general da RENAMO, em Sandjundjira, Gorongosa, e teria se deslocado a Nhamatanda para visitar a família como usualmente o fazia. Estranhamente, às 20horas do dia 25/8/2013 a PRM chegou à sua casa, o raptou e o levou para o mato onde viria a ser assassinado.

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O major Oliveira foi descoberto sem vida na sexta-feira, por alguns populares que procuravam lenha, tendo informado imediatamente a PRM que rapidamente fez-se ao local acompanhada pelo secretário do Grupo Dinamizador da FRELIMO. No local enterraram o major Oliveira, sem se informarem da identidade do finado.

A preocupação da PRM foi a de enterrá-lo imediatamente porque já sabia de quem se tratava. Enquanto isso a esposa, estranhando o desaparecimento do marido, informou aos membros da RENAMO que de imediato iniciaram diligências para a sua localização, tendo escalado esquadra, hospital e arredores sem sucesso.

Só viriam a descobrir e a confirmar que o major Oliveira havia sido executado ontem, quarta-feira dia 4/9/2013, quando uma das pessoas que assistiu ao macabro assassinato e enterro foi com eles para o local, onde a viúva identificou a jaqueta do marido”.

Um plano do Governo

Mazanga diz que o assassinato do seu ex-guerrilheiro não é caso isolado. “Sabemos que o governo da FRELIMO deu ordens à PRM, FIR, FADM para andarem de casa em casa à procura dos desmobilizados da RENAMO e têm instruções claras e exactas para os capturar e executá-los”, disse Mazanga.
A Renamo diz que há outros 16 antigos guerrilheiros do partido que escaparam ao assassinato.

“…ontem (terça-feira) escaparam 7 ex-guerrilheiros no Posto Administrativo de Muda e Bebedo, distrito de Nhamatanda, 4 em Savane, Distrito de Dondo, e 5 em Goonda, distrito de Buzi, somando 16 que neste momento estão em fuga, em parte incerta, para escaparem dos esquadrões da morte a soldo do Partido FRELIMO”, denunciou Mazanga.

A Renamo não prometeu retaliar este assassinato.