Agências internacionais escrevem que a tensão instalou-se nesta quinta-feira no Zimbabwe, numa altura que se aguarda pelos resultados das eleições presidenciais, no dia seguinte à votação denunciada como “uma enorme farsa” pelo adversário do presidente Robert Mugabe, que já reivindicou a vitória.
“Ganhamos facilmente de maneira contundente. Derrotamos o MDC”, o partido de Morgan Tsvangirai, primeiro-ministro e rival máximo de Mugabe, disse à AFP um dirigente do Zanu-PF, que explicou que o seu partido conquistou muitos assentos em cidades tradicionalmente favoráveis ao MDC.
“Vencemos e esta vitória aplica-se a tudo, às eleições presidenciais, legislativas e municipais”, disse.
Estavam na disputa o presidente Mugabe e o seu primeiro-ministro, Morgan Tsvangirai.
Enquanto os observadores africanos classificaram na quarta-feira as eleições de “livres”, o MDC denunciou novas e numerosas irregularidades.
Os resultados oficiais da primeira volta das eleições são esperados para segunda-feira. Uma eventual segunda volta será organizada em 11 de Setembro, se nenhum dos dois candidatos conquistar 50% dos votos.
“A contagem dos votos começou nos colégios eleitorais e a sua agregação ao nível das províncias e circunscrições”, anunciou a presidente da Comissão Eleitoral, Rita Makarau.
“Em nossa opinião, esta eleição é nula e sem efeito”, atacou Tsvangirai, que abandonou as eleições de 2008, tendo saído vencedor na primeira volta, para evitar mais confrontos após a morte de 200 de pessoas.
Tsvangirai não quis comentar a reivindicação de vitória do adversário, enquanto agentes da polícia foram mobilizados perto da sede do seu partido.
Os observadores da UA consideraram as eleições de quarta-feira “livres e justas”, enquanto os da SADC anunciaram que dariam a sua opinião sexta-feira.
A SADC interveio em 2008 para evitar uma guerra civil, quando o início de um êxodo populacional revelou a possibilidade de uma desestabilização regional.
A SADC impôs a Mugabe a fazer reformas e formar um governo de unidade nacional com o seu rival.
Isso permitiu uma retomada do crescimento económico e a adopção de uma nova Constituição. Mas novas eleições gerais foram exigidas por Mugabe.
Em Washington, o Departamento de Estado elogiou o dia pacífico. “Deixamos claro que vamos reduzir as sanções se as eleições foram credíveis, transparentes e que reflictam a vontade dos zimbabweanos”, disse a porta-voz Marie Harf.
RM