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Sem água, comida nem material de construção: Vítimas da chuva entregues à sua sorte

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Os agregados estão instalados em tendas unifamiliares e em talhões próprios, mas sem água – o tanque montado no dia da sua chegada está vazio – e à espera de comida para trinta dias, como lhes prometeu David Simango, presidente do Conselho Municipal da cidade de Maputo.

Falando há dias durante a cerimónia de entrega de títulos de Direito de Uso e Aproveitamento de Terra (DUATs), o autarca garantiu àquelas vítimas da chuva que no dia da sua transferência para a zona de reassentamento ser-lhes-ia imediatamente entregue um “kit de instalação” que inclui, para além de tenda, 10 sacos de cimento, 12 chapas de zinco, dois colchões e comida para trinta dias.

Aliás, salientou que aquelas quantidades de cimento e de chapas de zinco eram a base, podendo ser aumentadas para as famílias que nada puderam aproveitar das suas antigas casas devido ao grau de destruição.

Contudo, já na terceira semana no bairro do Zimpeto, os agregados só possuem tenda e colchões. Alimentos e água, bem como material de construção para erguer as suas novas casas continuam uma miragem, não se sabendo ao certo quando é que aqueles chegarão às suas mãos.

Elisa Eduardo, cuja casa foi destruída em Laulane na zona de “Paga logo”, lamentou o facto de as autoridades os terem retirado dos centros de acomodação prometendo-lhes dar material de construção que nunca mais chega.

Sem água, comida nem material de construção: Vítimas da chuva entregues à sua sorte

“Estamos aqui, sem comida, água, nem material de construção. Já podíamos ter começado a construir casas e deixarmos de viver em tendas que em nada nos ajudam”, disse.

Paulina Matsimbe, outra vítima que vivia no bairro Ferroviário, perto da estação dos Caminhos de Ferro, também deplorou a situação.

“Vieram nos deixar aqui com apenas um tanque de água que logo acabou e sem comida que nos prometeram, para não falar de material de construção que nem sequer sabemos quando é que o receberemos”, disse.

Aquelas vítimas e outras no local apelam às autoridades da cidade de Maputo para que tudo façam de modo a acabar com o sofrimento no qual estão mergulhados desde a tarde de 15 de Janeiro, quando as suas casas foram destruídas pela chuva que durante pouco mais de três horas se abateu sobre a capital.

Victorino Vidigal, director municipal de infra-estruturas, garantiu ontem ao nosso Jornal que o material existe. A ideia é que as famílias se organizem em grupos de acordo com os seus distritos de proveniência para levantarem-no.

“Vimos que seria insustentável ir diariamente ao Zimpeto para entregar material de construção a uma ou duas famílias. Eles devem fazer as limpezas e quando estiverem em número considerável comunicarem-nos para terem o material”, disse.