O Presidente Armando Guebuza disse ontem, em Lilónguè, Malawi, que o povo moçambicano não pode continuar a viver assustado, pelo que o Governo deve encontrar uma solução para o problema dos homens armados da Renamo que vivem aterrorizando a população.
Guebuza, que se encontra em visita de Estado ao Malawi, reagia, deste modo, ao confronto armado que se registou na madrugada de ontem em Muxúnguè, envolvendo um grupo de homens armados da Renamo e uma Força de Intervenção Rápida.
`Obviamente que esta situação me preocupa. E qual é a saída? Obviamente que a saída é não haver mais violência e nós trabalharemos sempre nesta linha. Mas há outra coisa que não podemos ignorar: a população não pode continuar a viver assustada. A população moçambicana não deve ser colocada numa situação em que vive sempre sem saber o que lhe vai acontecer no dia seguinte. Em alguns lugares do país é isso o que acontece´, afirmou o Presidente, visivelmente agastado com este comportamento da Renamo.
O Chefe do Estado recordou, na ocasião, que o discurso belicoso tem caracterizado a postura e a maneira de fazer política da Renamo, que tem por objectivo colocar o povo em permanente estado de susto e tensão.
Lembrou ainda a história de o ex-movimento rebelde, sempre usar o tipo de discurso e acções belicistas para atingir os seus propósitos e ideais políticos, comportamento que, segundo Guebuza, é manifestado desde a altura da assinatura dos Acordos Geral de Paz, em Roma, em 1992.
`Portanto, não penso que seja realismo ver este problema como se fosse o único problema que acontece em 22 anos. Esta questão não tem uma explicação simples e a pergunta que se coloca é: até quando? Todo o esforço que fazemos é, exactamente, para acabar, em paz, com todo este processo, que é irregular e que até viola as normas. O nosso objectivo é acabar com o problema sem derramamento de sangue´, sublinhou Guebuza.
A uma pergunta sobre se não tinha chegado o momento de se usarem outras alternativas, incluindo a via militar, para acabar com o problema dos homens armados, o Presidente respondeu nos seguintes moldes: `essa é a sua visão. Mas devo dizer que não é correcto que o nosso povo viva assustado. Temos de encontrar uma solução´, sublinhou.
O estadista regressa hoje ao país depois de três dias de visita de Estado à Republica do Malawi, cujo objectivo foi de incrementar as relações de amizade e cooperação entre os dois países vizinhos.