O caso deu-se no domingo à tarde, em conexão com um processo de divórcio de Lourenço Cumbana, 60 anos, em que o secretário do bairro, Jossias Novela, de 30 anos, terá, no entendimento daquele, decidido a favor da mulher para o retirar todos os seus bens, segundo apurou a nossa reportagem do próprio detido.
“Eles começaram por urdir cabalas para que eu fosse detido e acusado de roubo para me retirarem as terras, a minha casa e o estabelecimento comercial. Primeiro, o Jossias trocou o meu painel solar pelo seu e eu descobri. Noutra ocasião, colocou cabritos na minha machamba, o que depois ficou esclarecido”, conta.
Achando-se injustiçado, Lourenço pegou numa catana que acreditava ser a via para a solução das inquietações que o retiravam sono há mais de cinco meses. Chegado à casa do secretário, desferiu a este dois golpes na mão esquerda e no pescoço, tendo contraído ferimentos graves. O secretário-adjunto foi levado à unidade sanitária local e o agressor dominado pelos vizinhos e entregue às autoridades policiais.
“Estou ciente agora que não resolvi o meu problema porque estou privado de liberdade, mas estava cansado de me sentir ameaçado de perder tudo o que conquistei com muito esforço para as mãos de alguém que não merece. O bom é que pelo menos não morreu (o secretário), está apenas hospitalizado e está a melhorar progressivamente”, acrescentou.
Entretanto, o porta-voz da Polícia no Comando Provincial de Maputo, Emídio Mabunda, é de opinião que nada justifica a atitude do detido, uma vez que tinha como recurso a Polícia, que interviria da forma correcta para solucionar a disputa. “Ele não recorreu à corporação para apresentar o problema e preferiu fazer justiça com próprias mãos. O caso está em análise e terá que abarcar várias áreas especializadas desde um acompanhamento psicológico e religioso para melhor julgamento”, concluiu.