De acordo com informações prestadas por Suzana Loforte, directora nacional de Águas, uma vez mobilizados os fundos trabalha-se para o arranque efectivo das obras, que só deve acontecer no próximo ano devido à necessidade de se concluir alguns pormenores de natureza técnica.
A avaliação inicial tinha indicado a necessidade de 13 milhões de dólares para repor as infra-estruturas danificadas, entre as quais a casa do comando da comporta do descarregador de fundo número um derrubada pela força das águas, que chegaram a atingir 1400 metros cúbicos por segundo.
Para além daquela reposição, há ainda outras obras a realizar por forma a repor a conduta. A referida conduta, com cerca de 50 centímetros de espessura, terá que ser reconstruída recorrendo não só ao betão, que era a sua composição inicial, mas com um reforço em aço que não chegou a ser previsto na altura da construção da barragem.
Para além desta conduta, a outra componente que deverá ser intervencionada é a das descargas destinadas à central hidroeléctrica, que também não dispõem de reforço em aço que permita responder a qualquer impacto.
Com a ruptura verificada no descarregador de fundo a disponibilidade de água para o uso a jusante é feita de um outro descarregador de superfície, o que não é ideal, pois em anos de seca não será possível ter água, porque não se poderá atingir o descarregador de superfície.
Entretanto, estão em curso desde Outubro último as obras de construção de um descarregador de cheias auxiliar para aumentar a capacidade de vazão das águas. As cheias de 2000 mostraram que o descarregador colocado nas obras de reabilitação não tem capacidade suficiente para uma cheia extrema e sendo uma barragem de terra não pode ser galgada.
“Já iniciámos com as obras do descarregador auxiliar da barragem para permitir que tenha maior capacidade de evacuar os picos de cheia, mas também já mobilizámos fundos (cerca de 30 milhões de dólares norte-americanos do Banco Africano com a comparticipação do Governo) para reabilitar o descarregador de fundo, na expectativa de que as obras se iniciem no próximo ano”, garantiu a nossa fonte.
A par da reabilitação daquela infra-estrutura, decorrem contactos com o sector privado e público para a viabilização da central eléctrica, o que se afigura pertinente e urgente graças à grande demanda de energia que se regista, bem como ao facto de a instalação das comportas representar mais água na albufeira.
A quantidade de energia a produzir está dependente da demanda de água para a irrigação e para o abastecimento urbano que são as prioridades definidas para aquela infra-estrutura.
Presentemente apenas um terço da capacidade que é usada corresponde a cerca de 500 a 600 milhões de metros cúbicos por ano, mas que se espera cresça bastante nos próximos anos.