Politica Procurador distrital de Govuro acusado de envolvimentono desvio de dinheiro do Estado

Procurador distrital de Govuro acusado de envolvimentono desvio de dinheiro do Estado

O Procurador-chefe no distrito de Govuro, Mário Cândido Marione, condenado há dias pelo tribunal provincial de Inhambane por condução ilegal, agora é acusado de envolvimento no desvio de pouco mais de 500 mil meticais na direcção provincial de Plano e Finanças.
Procurador distrital de Govuro acusado de envolvimentono desvio de dinheiro do Estado
Dados em nosso poder indicam que, em Dezembro do ano passado, desapareceram do departamento de Fundos Externos na direcção provincial do Plano e Finanças, quatros cheques, dos quais três teriam sido passados a favor de Mário Cândido Marione, com a falsificação de duas assinaturas, incluindo do respectivo director provincial, Júlio Auxílio Muocha. Os mesmos viriam a ser movimentos nos balcões do Millennium bim nas cidades de Maputo e Matola em datas diferentes.

De acordo com o chefe dos Recursos Humanos na direcção provincial do Plano e Finanças de Inhambane, Matias Fernando António, depois da descoberta do desaparecimento dos cheques, o assunto foi comunicado às autoridades competentes para averiguações. Neste exercício veio a descobrir-se que os cheques em questão foram movimentados na cidade de Maputo em nome de Mário Cândido Marione que, por sinal, é procurador distrital de Govuro.

Segundo Matias Fernando, o beneficiário dos três cheques ainda não revelou os nomes dos funcionários da direcção provincial do Plano e Finanças que estariam envolvidos no furto dos cheques e falsificação das assinaturas. Referiu que apenas teria admitido que, em algum momento, andou sem o seu bilhete de identidade sendo que, eventualmente, terá sido neste período que o seu documento foi usado para sacar dinheiro no banco.

Perante a situação, a direcção provincial do Plano e Finanças de Inhambane, de acordo com o seu chefe de recursos humanos, a sua instituição solicitou ao banco para restituir o dinheiro desviado, pois, de acordo com as suas explicações, em situação normal a DPPFI nunca passa cheques a favor de singulares com valores altos tal como aconteceu.

Os 508 mil meticais sacados fraudulentamente foram repartidos em três cheques, sendo o primeiro no valor de 115 mil meticais, o segundo de 195 mil meticais e o terceiro de 198 mil meticais.

“Nós entendemos que o banco, depois de receber estes cheques, devia ter consultado a direcção provincial do Plano e Finanças, dona dos cheques, para saber se eram ou não do seu conhecimento como mandam as regras e, não tendo observado isso, movemos um processo contra o banco que culminou com a reposição do valor em dois cheques, sendo o primeiro de 115 mil meticais e o segundo no valor de 393 mil meticais. Ambos foram depositados na nossa conta no dia 3 de Junho deste ano”, explicou Matias Fernando. Referiu que, neste momento, corre nas instâncias judiciárias o processo visando apurar a identidade dos funcionários da sua instituição que estariam envolvidos no desvio e falsificação dos cheques.

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A responsável da execução dos fundos externos na direcção provincial do Plano e Finanças, Dália Ali Momad Ibraimo Hassene, disse à nossa Reportagem ser estranho que o Millennium bim tenha recebido e movimentado os cheques sem consultar porque, de acordo com as suas palavras, este dinheiro só é utilizado para despesas de algumas instituições dos governos distritais e conselhos municipais e nunca para singulares.

“Eu acho que o senhor Mário Cândido Marione, beneficiário dos cheques e ao mesmo tempo sacador, tem que dizer com quem recebeu os cheques porque, de facto, estavam na minha gaveta. Eu não conheço este senhor de lado nenhum e admiro por ver o seu nome nos cheques roubados na minha gaveta”, explicou Dalila Ali Momad, afastando qualquer possibilidade do seu envolvimento neste roubo, que podia criar problemas sérios nos financiamentos externos dos programas de desenvolvimento na província de Inhambane.

De recordar que Mário Cândido Marione disse ao tribunal provincial durante o julgamento do processo movido contra si por condução ilegal que tinha outro processo disciplinar a correr na sua instituição. Não revelou a natureza da matéria constante nesse processo.

Dados não oficiais indicam que, depois da sua condenação, Mário Cândido Marione, que continua a responder pelo Ministério Público, no distrito de Govuro, teria se envolvido em pancadarias com um membro da Polícia.

Entretanto, a nossa Reportagem estabeleceu um contacto com o procurador-chefe distrital para ouvir a sua versão sobre os factos de que é acusado. No entanto, este não se mostrou disponível a abordar qualquer

Jornal Notíciasque fosse o assunto de que é indiciado.