Receba atualizações de trabalhos do MMO Emprego
Siga o nosso canal do Whatsapp para receber atualizações diárias anúncios de vagas.
Os residentes destes dois bairros dizem tratar-se de restos de chapas de zinco, alumínio, nox, mármore, tijoleiras, azuleiros, vidros, madeiras. Os restos são despejados nas covas existentes dentro da rede do aeroporto, do lado das sucatas dos aviões e helicópteros de guerra da Força Aérea de Moçambique.
Hilíria Guambe, 31 anos, residente no Insalene, disse que quando começaram as obras da reabilitação do Aeroporto Internacional de Mavalane, eles entravam e levavam os restos sem problemas. Mas quando os militares aperceberam-se de que parte do material como alumínio, nox e madeira era vendido, começaram a cobrar valores que variam entre 50 e 500 meticais.
“Os militares antes de saberem que o alumínio e nox valiam muito dinheiro nas sucateiras levávamos de borla. Para vendermos, temos que queimar as chapinhas. Um quilograma de alumínio queimado custa 30 meticais. A mesma quantidade de chapa nox, vendemos a 40 meticais”, disse Guambe.
Acrescentou que com os restos de mármore que tem na sua casa, vai colocar na campa do seu falecido pai. E os azulejos e tijoleiras vai colocar na sua casa.
Venda de lenha
Maria Madalena, residente no bairro do Aeroporto “B”, vulgo Incapene, disse que pela ganância de dinheiro, os militares até vendem pequenos pedaços de madeira que sempre usaram para fazer lenha.
“Todo o ano passado apanhávamos tudo sem nada pagar. Bastava chegar o carro, entrávamos e levávamos. As cobranças começaram este ano. Eles não emitem nenhum recibo. O dinheiro vai para os seus bolsos”, disse.
Afirmou que além de revenda da actividade destes materiais, tem uma banquinha na Escola Primária Completa 2. À noite faz sandes de ovos e de dia vende bolachas, doces.
“Prefiro pagar dinheiro aos militares e revender o que me vendem para não prostituir, alegando falta de emprego. Faço xitique de 100 meticais por dia. Os militares deveriam nos deixar levar os desperdícios de borla porque o empreiteiro não precisa”, disse.
Passo em que estão as obras
As obras de construção de um novo terminal doméstico no Aeroporto Internacional de Maputo estão a decorrer dentro dos prazos planificados, devendo terminar ainda este ano.
O ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, visitou recentemente o empreendimento e disse na ocasião que os trabalhos estavam a decorrer normalmente, graças ao empenho do empreiteiro e às lições aprendidas da primeira fase do projecto, que consistiu na construção do novo terminal internacional.
“Os trabalhos estão a correr bem. O processo é mais rápido agora e prevê-se a conclusão brevemente. Depois segue-se um período experimental de cerca de um mês. Portanto, nos princípios ou finais de Outubro a obra terá sido entregue e o aeroporto a operar em pleno”, disse o governante.
Estas obras são parte do projecto de ampliação e modernização do Aeroporto Internacional de Maputo, que arrancou em 2007, com a construção de um novo terminal internacional, num investimento de cerca de 70 milhões de dólares, financiados pela China.
No total, o projecto vai custar cerca de 130 milhões de dólares, que também inclui a construção de um novo terminal de carga e uma sala VIP.
O novo terminal doméstico vai mudar, por completo, todo o figurino ainda tradicional que caracteriza o funcionamento da actual infra-estrutura.
Por outro lado, o novo terminal será também maior em relação ao terminal internacional, uma vez que, no Aeroporto Internacional de Maputo, há mais voos domésticos que internacionais.
Assim, este terá um total de 14 balcões de atendimento para check in, contra 13 existentes no terminal internacional. Com esse número de balcões, irá melhorar a capacidade de atendimento de passageiros, podendo abranger mais de 300 pessoas por hora.