a conferência de imprensa convocada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MINEC) pretendia informar que a instituição já enviou uma equipa para Cartum, Sudão, para se inteirar de perto sobre o assunto dos estudantes expulsos da Universidade Internacional de África no Sudão.
O embaixador para os assuntos jurídicos e consulares, Geraldo Chirindza, disse que é falacioso se pensar que o Estado não deu apoio aos estudantes depois da sua expulsão, pois o Governo é que conduziu todo o processo de repatriamento.
“Os estudantes não regressaram para o país de fundos próprios. Os estudantes regressaram porque foram feitas deligências que permitiram que eles regressassem ao país”. Entretanto, esta informação contradiz a que já tinha sido avançada pelos estudantes, segundo a qual o seu regresso a Moçambique foi financiado por um indivíduo de boa vontade que decidiu custear as despesas de voo. Aliás, o próprio responsável pelos assuntos consulares no Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação não tardou a contradizer-se no decurso da conferência de imprensa. fugiu à tese anterior e voltou a defender que os estudantes é que tomaram a iniciativa de voltar a Moçambique e que o Governo não custeou nenhuma despesa nessa operação.
Geraldo Chirindza defendeu que os estudantes, de forma livre, democrática e voluntária, decidiram voltar ao país e, mesmo com os esforços das embaixadas moçambicanas de Cairo (Egipto) e de Addis Abeba (Etiópia), não foi possível intermediar a situação. Aliás, terá sido por isso que o MINEC decidiu enviar uma outra missão, a partir de Maputo, para o Sudão, uma delegação composta por quadros do Ministério da Educação e diplomatas.
Por que os estudantes foram expulsos?
Quantos às razões da expulsão, o MINEC avançou que os estudantes fizeram suas reclamações recorrendo à imprensa local e isso criou um clima de descontentamento na universidade. Igualmente, as notícias que eram escritas em Moçambique eram traduzidas pela imprensa sudanesa e reportadas localmente. Ora, foi nessa onda de informação que a Universidade Internacional de África no Sudão acabou por expulsar os estudantes, num claro repúdio de que estes difamavam a instituição.
Não é o primeiro caso
Segundo o diplomata do MINEC, o caso dos estudantes do Sudão não é o primeiro, mas um na lista de tantos que surgem nos tantos países onde Moçambique tem moçambicanos em formação.
Chirindza recordou o caso dos estudantes moçambicanos em formação na Líbia e na Argélia. Também recordou o caso de xenofobia na África do Sul, tudo numa clara aferição de que este caso não deve ser tomado com alarme, mas sim resolvido com toda a serenidade. Aliás, o diplomata disse que muitos dos casos passam sem o conhecimento da sociedade moçambicana graças ao bom papel que desempenham no departamento do MINEC que lida com este tipo de casos.