Politica Imprensa esteve ao serviço de partidos políticos em Inhambane

Imprensa esteve ao serviço de partidos políticos em Inhambane

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O Parlamento Juvenil considera, no seu relatório lançado na última segunda-feira, que a Imprensa favoreceu um candidato em detrimento do outro nas eleições intercalares que tiveram lugar na cidade de Inhambane no pretérito dia 18 de Abril.

Tal favorecimento manifestou-se através da disponibilização de maior espaço de antena e do modelo de cobertura feito a favor de um dos candidatos, referem os mentores do documento, cujo objectivo era monitorar o decurso das eleições intercalares e conhecer as sensibilidades e expectativas ligadas à participação política dos jovens.

Manifestos eleitorais

Em relação aos manifestos eleitorais, o relatório refere que nenhum dos candidatos demonstrou vontade de trabalhar com a juventude e/ou direccionar o seu manifesto para aquela camada social, embora a maior parte dos jovens inquiridos sinta que os manifestos apresentados pelos dois “aspirantes” a edis não foram maus, mas sim razoáveis.

Entretanto, o relatório traz um dado: os jovens não tiveram acesso aos manifestos eleitorais. E sobre este aspecto, aliado ao facto de ser característica da juventude usar as redes sociais como meio alternativo de interacção e debate político, a maior parte dos jovens da cidade de Inhambane não tem acesso aos serviços de Internet onde o debate sobre Inhambane esteve mais aceso, sendo que muitos intervenientes desses debates não são residentes daquela cidade.

Actuação da Polícia e a educação cívica

O relatório dá ênfase à actuação da Polícia que, segundo os inquiridos, foi má tendo inclusive influído em larga medida no elevado índice de abstenções bem como na retracção da participação política dos jovens.

No capítulo da educação cívica, os dados ora apresentados no relatório revelam um aspecto assustador para a democracia moçambicana: a juventude de Inhambane não beneficiou de nenhuma acção de educação cívica.

Utilização dos meios do Estado

No concernente à utilização de meios do Estado durante a campanha eleitoral, é uma vez mais afirmado que os partidos políticos envolvidos usaram os meios do Estado para atingir o seu objectivo, que era convencer as populações.

Neste ponto, os partidos mostram-se obstinados em não cumprir as recomendações, quer dos diversos relatórios já publicados sobre os pleitos eleitorais, quer das próprias instâncias competentes, tais como o Conselho Constitucional, entre outras.

Em jeito de desfecho, diz o relatório que os manifestos eleitorais continuam a ser tratados como documentos de elite e que os materiais de propaganda eleitoral são usados como principal meio de persuasão dos eleitores em detrimento das propostas e conteúdos dos manifestos. “Os órgãos de gestão eleitoral pautaram por um comportamento parcial e partidário que deve ser denunciado”.