Destaque Circulação de supostos terroristas provoca pânico em Ancuabe

Circulação de supostos terroristas provoca pânico em Ancuabe

A presença de supostos terroristas em quatro comunidades do distrito de Ancuabe, na província moçambicana de Cabo Delgado, está a gerar um clima de pânico entre os residentes, conforme reportado por fontes locais à agência Lusa. 

As comunidades de Nnonia, Megane, Ngura e Nkole, situadas a mais de 50 quilómetros da sede distrital, encontram-se em estado de alerta desde a passada sexta-feira, especialmente nas áreas de produção agrícola, onde a atividade dos alegados terroristas tem sido mais visível.

“Estamos a falar de comunidades que estão a viver os seus piores dias; os terroristas estão a circular à vontade”, afirmou um habitante de Ancuabe, que se localiza a mais de 100 quilómetros de Pemba. Este clima de insegurança é intensificado pelo facto de, segundo as fontes, os supostos homens armados terem montado cancelas clandestinas, onde cobram valores monetários aos utentes que transitam pela estrada nacional EN14.

Além da insegurança, as comunidades de Nnonia, Ngura, Megane e Nkole estão há quase duas semanas sem acesso à rede de telefonia móvel, o que leva os moradores a especularem que a falta de comunicação seja resultado de sabotagens por parte dos grupos terroristas. “Estamos com medo, não há rede lá; ninguém consegue agora falar com os seus familiares porque a antena foi desmontada”, lamentou outra fonte a partir de Ancuabe.

A região de Ancuabe já sofreu com ataques violentos, sendo o último grande ataque atribuído aos alegados terroristas ocorrido em 17 de Novembro de 2024, na aldeia de Nacuale, a pouco mais de 20 quilómetros da vila, onde pelo menos 15 pessoas perderam a vida.

Desde Outubro de 2017, Cabo Delgado, uma província rica em gás natural, enfrenta uma insurgência armada, com acções reivindicadas por grupos associados ao extremismo islâmico, nomeadamente ao Estado Islâmico.

De acordo com um estudo divulgado pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo dos Estados Unidos, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos no norte de Moçambique em 2024, representando um aumento de 36% em relação ao ano anterior.

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