Os professores da Escola Portuguesa de Moçambique (EPM), situada na cidade de Maputo, deram início a uma greve de dois dias, que se estenderá até ao próximo dia 28, em busca de melhores condições de trabalho.
Esta acção de protesto, que visa garantir “equidade” entre os docentes, já havia sido anunciada há cerca de uma semana e faz parte de uma mobilização mais ampla coordenada entre escolas portuguesas no estrangeiro, que também enfrentam desafios semelhantes.
Os professores, que se apresentaram com camisetas pretas ostentando frases como “esquecidos, ignorados e desvalorizados”, expressaram, em um vídeo a que tivemos acesso, o seu descontentamento face às desigualdades e discriminação estrutural que marcam a EPM.
A insatisfação é palpável, com docentes a lamentarem que existem “filhos e enteados” dentro da mesma classe, onde alguns colegas recebem até o dobro dos salários dos seus pares, apesar de ocuparem funções equivalentes.
Em entrevista ao MZNews, um dos professores destacou que as promessas feitas pelo Governo português para abordar as suas preocupações ainda não foram cumpridas. A incerteza política em Portugal, com a iminente cessação de funções do actual Executivo, acentua a apreensão do grupo, que teme que as suas reivindicações não sejam atendidas.