Sociedade Governo planeia construir dez centros de reclusão para reduzir superlotação nas cadeias

Governo planeia construir dez centros de reclusão para reduzir superlotação nas cadeias

Receba vagas no seu WhatsApp

Siga o nosso canal do WhatsApp para receber vagas no status do WhatsApp.

Clique aqui para seguir

O sector da justiça em Moçambique está prestes a dar um passo significativo na gestão da população prisional com o início, ainda este ano, da construção de dez novos estabelecimentos penitenciários. 

Esta iniciativa visa mitigar a superlotação que afecta, de forma alarmante, as cadeias em todo o país.

O anúncio foi feito na passada sexta-feira, pelo Ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Mateus Saize, durante a Feira da Justiça comemorativa dos 30 anos do Instituto de Patrocínio e Assistência Jurídica (IPAJ).

O governante revelou que o Ministério já aprovou o projecto e assinou contractos com os empreiteiros, tendo o Tribunal Administrativo dado o seu aval. Contudo, a execução do projecto depende da disponibilização financeira que deverá ser aprovada pelo Parlamento através do Orçamento do Estado (OE) para o presente ano.

“Após a aprovação do OE pela Assembleia da República, as obras poderão arrancar e a construção dos novos centros prisionais será realizada de forma faseada, prevendo-se a edificação de dois centros de nível provincial a cada ano”, esclareceu Mateus Saize. As províncias de Inhambane, especificamente no distrito de Jangamo, e Sofala, na cidade do Dondo, estão previstas para serem as primeiras a beneficiar deste importante projecto.

O Ministro destacou a intenção de erguer as penitenciárias fora dos centros urbanos, de modo a criar espaços onde os reclusos possam realizar actividades produtivas. Esta abordagem visa não apenas aliviar os custos de manutenção dos estabelecimentos, mas também facilitar a reinserção dos indivíduos na sociedade após cumprirem as suas penas.

Vale ressaltar que o actual sistema prisional conta com mais de 150 unidades, com uma capacidade para cerca de oito mil reclusos. No entanto, dados oficiais revelam que o número efectivo de prisioneiros subiu de aproximadamente 18 mil em 2020 para mais de 23 mil em 2023, estimando-se que, presentemente, este número esteja próximo dos 25 mil, ultrapassando assim a capacidade disponível.

Além da construção de novas infra-estruturas, o governo está a implementar outras medidas para aliviar a situação nas cadeias, como a expansão da utilização de penas não privativas de liberdade e a introdução de pulseiras electrónicas. Mateus Saize mencionou que o sector está a trabalhar na elaboração de uma norma relativa à pulseira electrónica e, após a finalização deste processo, deverá ser lançado um concurso para a aquisição do equipamento ainda este ano.