Destaque Renamo declara Venâncio Mondlane como “assunto do passado”

Renamo declara Venâncio Mondlane como “assunto do passado”

A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), o maior partido da oposição em Moçambique, afirmou que a questão relacionada com Venâncio Mondlane já é irrelevante para a actual agenda do partido.

Esta declaração surge no contexto em que Mondlane, deputado e membro da Renamo, está a recolher assinaturas para se candidatar à Presidência da República.

“No sétimo congresso, nós fechámos a página do mandato passado. Portanto, para nós, agora, o foco são as eleições. O assunto Venâncio Mondlane é um assunto do passado”, declarou José Manteigas, porta-voz da Renamo, em conferência de imprensa em Maputo.

Venâncio Mondlane, de 50 anos, foi candidato do partido nas eleições autárquicas de 2023 para a cidade de Maputo. Na terça-feira, iniciou a recolha das 10 mil assinaturas necessárias para formalizar a sua candidatura à Presidência da República nas eleições gerais de 9 de Outubro, após não ter conseguido concorrer à liderança da Renamo no congresso realizado na semana anterior.

Respondendo às marchas na província central da Zambézia, onde se contestava a reeleição de Ossufo Momade como presidente da Renamo e onde algumas pessoas demonstravam apoio a Venâncio Mondlane, José Manteigas assegurou que o processo eleitoral interno foi democrático e que Momade alcançou “uma vitória expressiva”.

“O presidente Ossufo Momade teve uma vitória expressiva e é um presidente legítimo (…). Esperamos que isso não constitua motivo de desânimo para os moçambicanos, porque o partido, com o congresso, abriu uma nova página e para nós a frente é que é o caminho para preparar as eleições”, acrescentou o porta-voz do maior partido da oposição.

Manteigas destacou ainda que o partido está “robusto e com os órgãos frescos” para a preparação das eleições de 9 de Outubro, após a realização do sétimo congresso na semana passada em Alto Molócue, na Zambézia.

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Ossufo Momade, de 63 anos, será o candidato da Renamo ao cargo de Presidente da República, conforme decisão tomada pelo congresso. Momade já havia concorrido ao mesmo cargo nas eleições de 2019, obtendo o segundo lugar com 21,88% dos votos, numa votação que reelegeu Filipe Nyusi como chefe de Estado com 73% dos votos.

O conselho jurisdicional da Renamo confirmou na sexta-feira a reeleição de Ossufo Momade como presidente do partido, cargo que ocupa desde 2019, com 57% dos votos no congresso, garantindo assim um novo mandato de cinco anos.

O congresso ficou marcado pela exclusão da candidatura de Venâncio Mondlane à liderança do partido, por não cumprir os requisitos do perfil estabelecido pelos órgãos do partido. Mondlane recorreu aos tribunais para tentar incluir a sua candidatura, mas apesar de uma providência cautelar favorável, o congresso não alterou a lista de candidatos.

No sétimo congresso da Renamo, estavam inscritos 710 membros para votar, tendo sido registados 674 votos, incluindo 26 abstenções, quatro nulos e seis votos em branco. Elias Dhlakama, irmão do líder histórico do partido, obteve 147 votos, e Ivone Soares, deputada e antiga chefe de bancada parlamentar, foi a primeira mulher a concorrer à liderança da Renamo, obtendo 78 votos, segundo dados do conselho jurisdicional.

Moçambique realizará eleições gerais a 9 de Outubro, que incluirão eleições legislativas, provinciais e presidenciais. O actual Presidente, Filipe Nyusi, não poderá concorrer devido ao limite constitucional de dois mandatos.