Os profissionais de saúde em Moçambique anunciaram a extensão da greve por mais 30 dias devido à falta de consenso nas negociações com o governo. Eles acusam o governo de “intensificar as ameaças” contra a classe.
Sheila Chuquela, secretária-geral da Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), afirmou em uma conferência de imprensa em Maputo na segunda-feira que, embora haja conversações em andamento com o governo, prevalece um impasse devido à recusa do governo em fornecer garantias concretas de cumprimento dos acordos firmados em Junho e Agosto de 2023.
A greve, iniciada há quase um mês pela APSUSM, envolve cerca de 65.000 profissionais de saúde de diferentes departamentos do Sistema Nacional de Saúde, com excepção dos médicos.
Chuquela destacou que a classe exige que o governo estabeleça prazos para o cumprimento dos acordos já alcançados nas negociações, especialmente em relação à disponibilidade de material médico-hospitalar e melhoria das condições de trabalho.
Ela também acusou o governo de aumentar as ameaças aos profissionais de saúde, usando transferências arbitrárias para unidades de saúde mais distantes.
“Pode-se provar a nossa desconfiança em relação à vontade do governo de cumprir os acordos com a APSUSM, já que continua a transferir arbitrariamente os profissionais para locais mais distantes do seu local de trabalho actual”, declarou.