O governo de Moçambique instou os profissionais de saúde, que estão em greve desde segunda-feira (29), a voltarem aos seus postos de trabalho como forma de evitar a perda de vidas humanas.
Durante o briefing habitual à imprensa, realizado em Maputo após a 13ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, o porta-voz Filimão Suaze revelou que a greve dos profissionais de saúde surpreendeu o Executivo, uma vez que há informações de que o diálogo está a decorrer de forma cordial.
Filimão Suaze, que também é vice-ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, afirmou que estão a ser tomadas medidas para mitigar quaisquer efeitos adversos resultantes da ausência dos profissionais de saúde.
A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) anunciou a convocação da greve de 30 dias, prorrogáveis, devido ao incumprimento pelo Executivo dos pontos acordados na última ronda negocial.
Entre esses pontos, destaca-se o apetrechamento dos blocos operatórios, cuja execução estava prevista até junho do ano passado.
No entanto, os profissionais de saúde alegam que o governo não cumpriu com a melhoria das infraestruturas dos blocos operatórios nem forneceu o material médico-cirúrgico necessário para garantir a qualidade das cirurgias.
Além disso, os profissionais de saúde reclamam a falta de pagamento de horas extras desde 2022, ameaçando paralisar completamente as aulas.
O porta-voz do governo expressou apreço aos funcionários que não aderiram à greve, permitindo que as unidades de saúde continuem a prestar serviços úteis ao público. Ele manifestou a expectativa de que os assuntos em questão sejam esclarecidos em breve.