A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) anunciou em Nampula, a suspensão total dos serviços mínimos prestados pelos seus membros em todos os hospitais do país.
Esta medida foi tomada devido à falta de resposta do Governo às reivindicações dos profissionais de saúde, que incluem o pagamento de horas extras, fornecimento de material de trabalho e medicamentos nas unidades sanitárias.
Durante uma conferência de imprensa, o coordenador provincial da APSUSM, Lopes Remane, destacou que, nos 15 dias de greve, o número de óbitos nos hospitais aumentou de 300 para 701. Este aumento é atribuído à ausência dos profissionais de saúde nos seus postos de trabalho, resultando em atendimento inadequado à população.
Remane desmentiu as declarações do Governo, especificamente do Ministro da Saúde, Armindo Tiago, que recentemente anunciou o enquadramento de 60 mil funcionários nas carreiras profissionais. O coordenador da APSUSM reafirmou a continuidade da greve, contrariando os pronunciamentos do ministro, e afirmou que a greve será prolongada por tempo indeterminado.
Além disso, Remane criticou a medida do Governo de utilizar estudantes estagiários para ocupar os lugares dos profissionais em greve, classificando esta prática como uma violação da legislação que regula os estágios no país. Segundo ele, os estudantes não devem prescrever medicamentos nem assistir pacientes sem a supervisão de um técnico qualificado.
